Mãeeeeee... Te adoro!

Rosa Pena

Quando eu era pequenina,  dia de finados só tocava música fúnebre. Mamãe comprava flores e a gente tinha que ir ao cemitério marcar presença pros falecidos queridos. Sempre perguntei a mamãe se morto sabia da tal visita. Mamãe pedia pra eu ficar quieta e quase mandava eu chorar pelo tio que nunca vi.
 

Depois que eu virei mocinha, não fui mais ao cemitério com dia marcado e neguei-me a ouvir músicas funestas por convenção.
 

A morte é inesperada e a saudade não tem hora no meu relógio.
 

Atualmente não preciso sair de casa, muito menos sair de mim, para mostrar à mamãe e ao papai o meu amor e a minha dor de não mais poder usufruir a presença deles.
 

Essas moram comigo em definitivo. E chorar de saudades, pode-se chorar ao som dos Beatles, né mãe?!



 

livro UI!

foto Téo/ meu sobrinho-neto

 

Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 02/11/2007
Reeditado em 11/09/2012
Código do texto: T720419
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