O naufrágio

Em 20 de setembro a cidade de Osório, no Litoral Norte Gaúcho, invariavelmente relembra o maior desastre ocorrido nas águas da região, quando em 1947 aconteceu o naufrágio do barco rebocador Bento Gonçalves, que transportava 20 pessoas que se dirigiam a um comício em Maquiné, então distrito da cidade.

Tudo aconteceu em um sábado quando o pequeno rebocador de 14,8 x 2,85m, com uma caldeira abastecida à lenha e um motor de 44 HP que atingia 12 quilômetros por hora, deixou o porto de Osório.

Após cruzar as Lagoas do Marcelino e do Peixoto, entrou na Lagoa da Pinguela sob forte vento minuano.

O Bento Gonçalves era comandado por Luís Serafim Machado, de apelido Luís Candita e, por volta do meio dia, foi desestabilizado por uma enorme rajada de vento. Naufrágio triste, quando 18 pessoas, entre passageiros e tripulantes, perderam a vida, entre eles Osvaldo Bastos, deputado constituinte de 1946 e Cândido Osório da Rosa, prefeito de Osório de 1937 a 1942 e, na época candidato à reeleição.

O músico, pescador e juiz distrital João da Costa Vilar, o João Clemente, e o sapateiro Alzemiro Viana Negreios salvaram-se. O primeiro nadando até a margem e o segundo por ter permanecido dentro da chaminé do barco, fato curioso e plenamente registrado em reportagens e livros de histórias.

Retirado do meio da Lagoa da Pinguela, o velho Bento Gonçalves continuou a prestar serviços e, em 1984, quase quarenta anos depois, ainda se encontrava na ativa, no Guaíba.

A história foi tão comentada e posteriormente estudada que há relato de um sobrevivente que a relatou em 94 versos, documentada em pesquisas, livros e, atualmente, disponível na internet.

Escrito na Oficina "Provocações" da Pragmatha Editora - Módulo 01

Rosalva
Enviado por Rosalva em 25/02/2021
Reeditado em 04/05/2021
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