CORAÇÃO FLORINDO (BVIW)
Dizem que se a gente pensa e acredita, o sonho se realiza. Rô planejou o fim de semana na praia paradisíaca. Na volta, prometera, traria conchinhas para a vizinha, que fazia enfeites lindos! Na madrugada de sexta-feira, do céu despencou uma caixa d’água de mais de cem mil litros de uma só vez, fazendo aquele estrago nas ruas e estradas. A teoria popular do sonho/realização foi pelas valas!
- Não acredito, meu Deus! São Pedro, fecha as comportas, por favor! Não viu que preparei tudo para bem cedinho viajar? E pelo visto, adeus paraíso!
Perdeu o sono, e trocou o conforto da cama por luvas, balde e rodo. A varanda parecia um rio, as flores do flamboyant entupiram os canais de escoamento da água. Teria ela mesma a cuidar daquela situação. Sentiu o peso da vida solitária. Nessas horas pensava o quanto seria bom alguém com quem contar. Até ouvir a vizinha aos gritos discutindo com o marido e a sogra::
- Quem não gosta de mim, é porque me inveja!
Rô deu um risinho sardônico, sussurrou um “que convencida!” - . E agradeceu aos céus por ter a paz da solidão. A tarefa de limpeza foi até um exercício para o espírito, não mais um fardo.
Pela manhã, ficou maravilhada, era como se despertasse em outro lugar, Da janela não acreditava no que via! O vaso de Lírio-de-Zéfiro, que parecia morto no dia anterior, estava complemente florido! E havia uma alegria em si, apesar de cancelado o passeio. Do outro lado da rua, também na janela, um rapaz cumprimentou Romana com uma xícara de café, como se a convidasse. O gesto inesperado ruborizou suas faces. Sorriu-lhe em resposta. Já tinha notado o novo morador dias antes, mas o coração disparou diferente. Teria as chuvas feito o amor florir além do jardim, também em seu coração?
Dizem que se a gente pensa e acredita, o sonho se realiza. Rô planejou o fim de semana na praia paradisíaca. Na volta, prometera, traria conchinhas para a vizinha, que fazia enfeites lindos! Na madrugada de sexta-feira, do céu despencou uma caixa d’água de mais de cem mil litros de uma só vez, fazendo aquele estrago nas ruas e estradas. A teoria popular do sonho/realização foi pelas valas!
- Não acredito, meu Deus! São Pedro, fecha as comportas, por favor! Não viu que preparei tudo para bem cedinho viajar? E pelo visto, adeus paraíso!
Perdeu o sono, e trocou o conforto da cama por luvas, balde e rodo. A varanda parecia um rio, as flores do flamboyant entupiram os canais de escoamento da água. Teria ela mesma a cuidar daquela situação. Sentiu o peso da vida solitária. Nessas horas pensava o quanto seria bom alguém com quem contar. Até ouvir a vizinha aos gritos discutindo com o marido e a sogra::
- Quem não gosta de mim, é porque me inveja!
Rô deu um risinho sardônico, sussurrou um “que convencida!” - . E agradeceu aos céus por ter a paz da solidão. A tarefa de limpeza foi até um exercício para o espírito, não mais um fardo.
Pela manhã, ficou maravilhada, era como se despertasse em outro lugar, Da janela não acreditava no que via! O vaso de Lírio-de-Zéfiro, que parecia morto no dia anterior, estava complemente florido! E havia uma alegria em si, apesar de cancelado o passeio. Do outro lado da rua, também na janela, um rapaz cumprimentou Romana com uma xícara de café, como se a convidasse. O gesto inesperado ruborizou suas faces. Sorriu-lhe em resposta. Já tinha notado o novo morador dias antes, mas o coração disparou diferente. Teria as chuvas feito o amor florir além do jardim, também em seu coração?