Arco-íris - BVIW
Chovia a cântaros. Temporal de verão, amainando o calor. Ninguém, em seu juízo perfeito, sairia de um local abrigado para enfrentar o aguaceiro.
Mas, de repente, às dezessete horas, abriu-se uma janela azul, em uma casa que ficava em frente a uma ponte também azul.
Uma face de moça assomou à janela. Perscrutou o ambiente, olhou fixamente em direção da ponte, preocupada com o volume da chuva, que fazia o riacho transbordar. Fechou a janela.
Passaram-se alguns minutos. A porta da casa foi aberta. Dela saiu a jovem, envolta em uma capa, calçando galochas, protegendo-se sob um guarda-chuva. Tudo em azul.
Resoluta, começou a caminhar pela ponte, encharcando-se apesar da pretensa proteção.
Caminhava a passos largos e firmes, certa da direção e do objetivo.
Quase ao final da ponte, cessou a chuva e brilhou um arco-íris.
A jovem sorriu. Depois da chuva, depois da ponte, seu destino a esperava.
E ela continuou sua caminhada em busca da liberdade...