Imunidade baixa do coração

Fechou a luz, a janela e a porta...
O barulho dos carros durante a madrugada eram buzinas para desperta lá.
Vai...Vai você está horrível, olha nos seus olhos ,como está fundo - Disse Kathy quando viu sua irmã Elisa.
- Você quer conversar?
- Vamos, reaja.
Não, não quero falar - Disse Elisa.
Pelo menos você sabe porque ficou assim?
- Sei...Nao Sei
Está tudo confuso, lembro me dê fatos, mas eles estão evasivas, sem muito sentido, já passou...
Sonhei com você essa noite - Disse Elisa
Sonhou o que?
Que você falava:
Lá atrás eu te falei que ia acontecer isso.
Estou aterrorizado até nos sonhos sonhos , disse com breve sorriso.
eu ia falar pra você parar com esses dizeres, o presente atormenta e não tem nada de passado.- disse Elisa.
Tomaram um café, Kath convida Elisa para viajar no final de semana.
Obrigada pelo convite, vou trabalhar sábado - Disse Elisa.
você deveria pegar uma licença,  como vai trabalhar assim? - Disse Kathy.
Até lá estou melhor...
Tchau, se cuida - se despediram.
Elisa sentou no sofá, lembrava que passou varios meses na casa de sua mãe, o vizinho ligava o som tão alto que estremissia as paredes do quarto, mal conseguia pegar no sono.Estava firme por uma boa causa.
Disposta ajudava nos deveres da casa, dias e vindas ao cartório na regularização do desmembramento do terreno;os pedreiros que estavam trabalhando para construir o muro bem alto...
Entre as tarefas Estava animada para escrever seus artigos, a memória estava ativa a mil por hora.
No decorrer do tempo o vizinho e o pedreiro Paulo demonstraram serem cúmplices e outros no mesmo interesse, como ia saber.?
No início Paulo se fazia inerte ou não conhecia.
Na terça feira feira ao passar pelo vizinho ele deu um sorriso largo dando com a mão balançando no ar 
Paulo começou retardar o muro dizendo o absurdo da altura...Arrastando por meses.Sera que ele tem medo de altura?
ou será que o vizinho molhou suas mãos com dinheiro para não sair o muro na altura combinada?
Eram dúvidas que iriam ruir. 
D. Geralda resolveu dar um basta nisso, ele não queria abandonar o serviço, não queria dar andamento, forçando uma barra que poderia virar processo na justiça.Alguem deve ter dito que ele poderia ganhar muito dinheiro.
Elisa queimava seus neurônios para saber falar e o que ia conversar com ele.Percebeu que ele estava com celular nas mãos quando puxava um assunto referente ao serviço.
- Você não apareceu trinta dias Paulo, a estrutura está parada.- disse Elisa.
posso com uma vez por semana, de sexta feira - Disse o pedreiro.
Você disse isso há um mês, e nunca dava certo, um dia era médico, outro era chuva, e aí?
Se você quiser venho três vezes por semana - Disse ele.
Como se eu quiser?
Quando você começou vinha três vezes - Disse Elisa.
Elisa naquele momento pensou:
Se eu disser três vezes combinando, daria vínculo trabalhista.
Não, você tem que dizer qual o dia que pode vir, olhe na sua agenda - falou Elisa.
Até que ele desistiu, foi pago o que lhe era devido.Mesmo assim dias depois disse que nao foi pago.
Elisa pegou o extrato do banco com o depósito identificado com o valor e a descrição de honorários, mandou para seu estão, foi depositado, se não recebeu mostre para seu gerente o comprovante.Disse Elisa.
Ah, estou vendo, foi depositado.disse ele.

O vizinho parou com o som, e finalmente tudo estava em paz.De repente,
Elisa se via no mundo recluso, as vontades e o ânimo de repente desapareceram não sabendo como foi isso.
Dores no corpo, muito sono.
Os pensamentos haviam lhe abandonado, seu mundo estava vazio e frio.
Passaram vinte dias nessa escuridão de si mesmo.
Tentava lembrar de algo que havia lhe deixado nessa condição enferma e sombria.Ex amores?, o Estress do pedreiro?
A chamada de atenção do irmão do meio.?
Lembrou que sua sensibilidade fora ferida, mas não era isso.Ja tinha superado ha muito tempo.
A noite o peito apertava, a respiração falhava, os nervos repuxavam. Os gânglios estavam latejando;Vale me deus vou morrer?
- Tome chá de Arruda com hortelã,
Tome vitamina C, sua imunidade está baixa - Disse sua mãe. Depois de vinte dias,
As cortinas balançam deixando o sol entrar e, lá fora o canto dos pássaros. Elisa se levantou calçou o chinelo do dia, suas pernas não doíam mais.Uau.
Foi na cozinha fez o café e pós na mesa, tomou um banho e foi na padaria .
- A tontura também sumiu - rompeu algo ,pensou Elisa.
A casa estava limpa, o almoço estava feito, eram assim todos os dias, uma rotina que fez falta a harmonia, a vontade de ver tudo limpo, estava faltando alma naqueles dias passados.seu corpo estava presente com dores e a alma parecia ausente, Agora estava voltando para a vida livre com olhar ainda cabisbaixo sem saber o porquê incomodava e a vida lhe puxando pela mão.
A noite puxou o lençol se ajeitando para dormir, apagou a luz e abriu a janela.O céu estava estrelado e a lua minguante lá em cima como um arco luminoso.
Elisa se deitou...Como se o céu quisesse dizer alguma coisa.Mas seu olhar estava encoberto.

"Não  era para  ter dito isso" - seu irmão do outro lado da linha depois que falou viu o silêncio de Elisa.
Nossa! Me lembrei o que me deixou profundamente magoada...
Antes dessa lembrança Elisa no telefone disse para sua mae:
A senhora me desculpa, mas não vou fazer mais nada, não vou falar com ninguém.
O que aconteceu? - Disse sua mãe.
Nada, sabe quando fazemos mil coisas e uma que der errada os novecentos e noventa e nove vão para o ralo? - Disse Elisa.
Faz o seguinte:
Você está perturbada e eu não sei o que lhe fizeram ou falaram, você não está bem minha filha.
Vem pra cá que cuido de você, vou fazer um caldo de mocotó que você melhora, 
- Não mãe, vou ficar em casa, estou com muito sono e desânimo.
Elisa foi e os dias se passaram no negrume.
Lembrou o que aconteceu.
Não vou falar pra minha mãe, se isso me abalou, com certeza ela ficará muito chateada, uma única expressão ,estávamos aparentemente unidos pela mesma causa, a decepção de quem não se espera baixou a imunidade do coração - Elisa soltou um suspiro reprimido e profundo com os olhos marejados...É...pode ser que tenha sido uma expressão não repensada.Caso estivesse mais forte não teria dado essa importância monstruosa.




 
Lilian Meireles
Enviado por Lilian Meireles em 16/02/2021
Reeditado em 16/02/2021
Código do texto: T7185396
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