CYAN (BVIW)

Próxima às telhas da antiga varanda de madeira, permanece a imponente teia, enquanto quietinha e atenta à aranha Aracne observa a brisa de verão tocar com cuidado seu geométrico e flexível mundo. Neste fim de tarde, em especial, há uma atmosfera bucólica, abraçando as letras desse conto.

Há uma sensação de paz, de pausa nos ponteiros do relógio, aquele, deixado no armário da sala, contrastando com os mover das águas de um córrego a uns dois metros abaixo da varanda. E assim, despreocupados dialogam os sons do límpido liquido ao tocar as pedras, pedrinhas e folhagens... Na rua de calçada estreita, da típica cidade mineira de Ressaquinha, a casa e a ponte azul coexistem como se fossem amigas inseparáveis.

Os tons de cyan (ciano) em camadas tingem o ferro da ponte, como se fossem pátinas naturais, marcas da passagem do tempo. E o toque de invisíveis mãos e sua energia mescla-se a com a cor azul trocam confidências... Pontes aproximam caminhos unindo as pessoas, sejam elas reais; de tijolos, madeira ou ferro, ou ainda as surreais, de pétalas e nuvens inspiram diáfanos ritos de passagem, encontros d’almas ("As Pontes de Madson").

Enquanto no jardim da casa, debruçadas à cerca de madeira branca, as flores de hibiscos vermelhos e amarelos recebem a visita de um apressado beija - flor, a linda Aracne imóvel tece mitológicos sonhos...