E HÁ DE SE PERGUNTAR... (BVIW)
 

Mandaram-me sair de casa e procurar a ponte azul. A ponte encontrei, só que não era azul, e  nem a do rio Kwai, mas do rio Potengi, que banha a minha cidade.  Encostei-me à balaustrada e dei asas  a minha imaginação e  fui tomada pelo espírito de Montesquieu, quando escreveu “Cartas Persas” e desejei também partir para um estudo filosófico-social das potencialidades do homem em contraposição com as instituições criadas e impostas por alguns , onde eu pudesse exaltar os valores individuais que gritam por liberdade, mas que se encontram sob a opressão do sistema. Mas qual o quê, cadê fôlego? Fico cá com as minhas ideias anarquistas, não como doutrina ou religião,  com coerção e não com a ausência de ordem ,apenas sonhando com organizações libertarias, com solidariedade entre os homens, sem gurus políticos ou religiosos.
 Mas também, sei lá o que sei sobre as minhas convicções, sobre as minhas certezas...? Não teria razão o Paul Valéry quando afirmou que todo homem tem em si um ditador e um anarquista?
...E caio eu, mais uma vez, no tal de só sei que nada sei.
Em se falando de anarquista,  lembrei do Marques de Maricá, que deixou dito:  “O anarquista maldiz de todos os governos de que não partilha as vantagens”.
E há de se perguntar:  são só os anarquistas que reclamam?
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 09/02/2021
Reeditado em 09/02/2021
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