CONTOS DO TEATRO HUMANO - José: O Católico Apostólico Romano
Era amanhecer e lá estava José.
Católico apostólico romano, José tinha uma fé inabalável.
Fazia de tudo na Paróquia: Badalava o sino, ajeitava os objetos litúrgicos, também chamados de “alfaias” e deixava a mesa impecável: Âmbula, Galhetas, Cálice, Corporal, Paterna, Pala e tudo mais como manda o figurino. Cantava no coral, recepcionava os fiéis.
Vez ou outra, lá estava com o Aspersório: Aquele instrumento (pequeno bastão) usado para aspergir os fiéis com água benta.
Até a ladainha do padre do padre Pio. Aquele que afirmava que faria mais barulho morto do que vivo, rezava:
“Senhor, tende piedade de nós,
Jesus Cristo, tende piedade de nós,
Senhor, tende piedade de nós,
Jesus Cristo, ouvi-nos,
Jesus Cristo, atendei-nos,
Pai Celeste que sois Deus, tende piedade de nós
Deus Filho, redentor do mundo, tende piedade de nós,
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós”
Faltar as missas para ele era um pecado mortal! Missa em ação de graças; Missa de defuntos; Missa Campal; Missa solene, lá estava José.
Infelizmente, alguns anos depois foi pego pela idade e ficou debilitado. E como todos nós foi levado por Deus.
Em seu Testamento deixou uma frase: Dou todo o meu dinheiro pra igreja, lugar que passei a vida com verdadeiros amigos.
O padre rezou uma missa em homenagem a José e terminou com está palavras:
Amigo é aquele.
Aquele que nem faz parte da família, mais e mais que um irmão.
Aquele pra quem você prefere desabafar. Aquele que nunca vai te abandonar. Se precisar chorar o ombro ele vai te dar.
E se você cair ele vai te ajudar a levantar.
E acima disso vai te dar forças,
forças para continuar.
Por que ele só quer seu bem”.
O padre fez sinal da cruz.
Um dos fiéis terminou: Nenhum parente?