Há muito tempo que não fazia um frio como naquela manhã. Elisa deu o café para as crianças levando-as até a escola, e seguiu para a mais difícil missão de sua vida.
Ela havia perdido sua mãe há 6 meses, e seu pai estava sozinho na casa em que sempre moraram. Mas agora, a família havia chegado a conclusão de que seria melhor levá-lo para uma Casa de Repouso, onde ele poderia ser mais bem cuidado e menos solitário. “Precisamos ser racionais, Elisa!”. Mas ela sempre fora a mais sentimental!
Chegando em casa ele estava esperando-a na janela. Entrando, segurou-o pelo braço. “Pegou tudo o que arrumamos ontem, pai?” “Sim, filha, tudo”.
Saíram andando pelo jardim, e o velho parou, olhando para trás. A tristeza que ele mostrou em seu olhar deixou-a pensativa e um pouco insegura.
Na Casa de Repouso, um belo quarto, decorado com algumas poucas lembranças: um porta-retratos com a fotografia da mãe, umas lembrancinhas dos netos. Ele sentou-se em sua cama, olhando ao redor, meio perdido, enquanto seu companheiro de quarto tentava se apresentar com uma voz bronquitica, tossindo a cada palavra.
Na semana seguinte quando foi visitá-lo, encontrou-o sentado a mesa da sala onde serviam o café. Segurou sua mão e olhou em sua figura frágil. Sentiu uma dor no peito ao notar que, em tão pouco tempo, ele parecia mais magro e mais velho. Entre uma conversa e outra, ouviu-o dizer que sentia falta do cheiro de sua casa, de ouvir o mesmo passarinho cantando de manhã na árvore da janela do quarto. Falou das flores do jardim e disse sentir falta até da música quando passava o caminhão de gás. Elisa saiu de lá com um aperto no peito.
Sem consultar os irmãos, no caminho para casa ligou para a Imobiliária e suspendeu temporariamente a venda da casa. Sabia que talvez tivesse que enfrentar alguns problemas pela frente, mas percebeu que ali, seu pai morreria mais depressa, e que não estava feliz.
Ele ainda estava lúcido e ninguém tinha o direito de decidir sua felicidade.
Tema: Razão e Sensibilidade
Ela havia perdido sua mãe há 6 meses, e seu pai estava sozinho na casa em que sempre moraram. Mas agora, a família havia chegado a conclusão de que seria melhor levá-lo para uma Casa de Repouso, onde ele poderia ser mais bem cuidado e menos solitário. “Precisamos ser racionais, Elisa!”. Mas ela sempre fora a mais sentimental!
Chegando em casa ele estava esperando-a na janela. Entrando, segurou-o pelo braço. “Pegou tudo o que arrumamos ontem, pai?” “Sim, filha, tudo”.
Saíram andando pelo jardim, e o velho parou, olhando para trás. A tristeza que ele mostrou em seu olhar deixou-a pensativa e um pouco insegura.
Na Casa de Repouso, um belo quarto, decorado com algumas poucas lembranças: um porta-retratos com a fotografia da mãe, umas lembrancinhas dos netos. Ele sentou-se em sua cama, olhando ao redor, meio perdido, enquanto seu companheiro de quarto tentava se apresentar com uma voz bronquitica, tossindo a cada palavra.
Na semana seguinte quando foi visitá-lo, encontrou-o sentado a mesa da sala onde serviam o café. Segurou sua mão e olhou em sua figura frágil. Sentiu uma dor no peito ao notar que, em tão pouco tempo, ele parecia mais magro e mais velho. Entre uma conversa e outra, ouviu-o dizer que sentia falta do cheiro de sua casa, de ouvir o mesmo passarinho cantando de manhã na árvore da janela do quarto. Falou das flores do jardim e disse sentir falta até da música quando passava o caminhão de gás. Elisa saiu de lá com um aperto no peito.
Sem consultar os irmãos, no caminho para casa ligou para a Imobiliária e suspendeu temporariamente a venda da casa. Sabia que talvez tivesse que enfrentar alguns problemas pela frente, mas percebeu que ali, seu pai morreria mais depressa, e que não estava feliz.
Ele ainda estava lúcido e ninguém tinha o direito de decidir sua felicidade.
Tema: Razão e Sensibilidade