Quatro Kas - BVIW
Relembrar os momentos mágicos da adolescência era a ideia central de um grupo de amigas. Ansiosas pelas benditas férias, contavam carneirinhos à noite. Entre tantos lugares que foram palcos das artes e desastres, a cabana do tio Nenzinho era uma forte candidata. Podiam contar também com o sítio da vovó Esmeralda, mas ela não estava mais lá, partiu para a estrada dos tijolos amarelos, e não teria graça sem ela, era a bondade em pessoa. Um dia antes da grande jornada, o telefone tocou, era Kika, uma das quatros amigas inseparáveis: - Koko, passarei às 16h, com o restante das meninas para te pegar, não se atrase, ok?! -Ok! Respondeu Koko toda animada. Mas o namorado de Kira não estava nada feliz com a ideia. Minutos antes da viagem foi confrontá-la, e no meio da discussão, um estampido silenciou a casa. De repente, a polícia chega ao local, depois o Samu, uma multidão curiosa, e Kênia liga para saber o porquê da demora. Kika foi a primeira a saber da tragédia, e com uma voz seca e trêmula falou: - Abortei a viagem, Kira está aqui em casa, ela matou Candinho. Vamos todas para a delegacia, avise às outras. Assim Kênia fez. Abaladas e mais por fora que bunda de índio, as meninas não acreditavam naquela situação louca. Chegando lá, ficaram sabendo que a bala passou de raspão no ombro de Candinho, o frouxo desmaiou de medo, só isso. Ele não registrou queixa, disse que foi um acidente. Elas riram muito com o episódio, e bem não se encontram, mais uma lembrança entrou para o diário das memórias. A ideia de ir para a cabana de tio Nenzinho foi abortada, mas tomar umas e outras na oktoberfest, com certeza.