Lucy sentou-se perto da janela para admirar aquela linda manhã. Lá fora, aquele sol desmaiado, as arvores secas, típica paisagem de inverno. Começava mais um Domingo. Na casa, o cheiro gostoso de canela que vinha de um bolo de maçã recém tirado do forno. Recostou-se na poltrona bebericando sua taça de vinho.
De repente a porta abriu e entrou sua filha Cibele, toda encapotada, trazendo nas mãos todos os tupewares vazios, esperando enchê-los de comida para levar para casa. “Mãe, que frio esta lá fora!.... seu sorriso iluminou a sala.
Esse era um dia feliz e sua presença dava uma injeção de ânimo, com sua juventude e alegria. Somente a proximidade era proibida, mas existia sempre um abraço  imaginário entre elas.
Sentiu os observadores olhos de Cibele se estreitarem. “Mãe, esta tudo bem?” Como foi sua semana? Ouviu a resposta atentamente, com interesse, comentando cada frase. No almoço fizeram a prece costumeira. “Que delicia mãe! receita nova?” E entre risadas e silêncios gostosos e significativos, saboreou sua sobremesa preferida. Em seguida, levantou-se e foi até  seu antigo quarto. Parou à porta e suspirou: “Esse quarto é sempre meu ponto de encontro, mãe!”. Atirou-se na cama, olhando para o teto que ainda tinha aquelas estrelas fosforescentes coladas. Começou a contar sobre a sua semana, seu trabalho, o difícil mundo do home office, e seu mais recente romance. Não é a vida de uma mãe realizar-se com as vitórias dos filhos? Lucy olhou-a lembrando-se quantas vezes a fez dormir fitando aquelas estrelas, que eram um marco cheio de lembranças. O tempo passou… e era uma vez uma menina que se transformou numa linda e sensível mulher. Mas essa história não acabou. Porque Lucy sabia que o futuro iria trazer muito mais confidências sob aquelas estrelas fosforescentes.

Tema: "Era uma vez e acabou"



 
 
 

 
Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 12/01/2021
Reeditado em 14/07/2021
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