O menorzinho
(Contos em série)
(Romance/Drama/Suspense)
(Romance/Drama/Suspense)
Autor: Antônio Souza
1ª Parte
Quatro crianças formavam a alegria de um lar, Débora sabia disso e se esforçava ao máximo em manter sua pequena família feliz, embora seu marido, mesmo a despeito de ser um bom Pai, cuidadoso com as coisas de casa, ainda levasse alguns comportamentos de solteiro. Sérgio sempre gostou de jogar futebol, tomar umas cervejinhas com os amigos e por vezes chegava tarde em casa. Disso ela nunca reclamou, porém Ele sabia de uma coisa. Ela jamais o perdoaria se houvesse infidelidade naquela relação.
Tudo ia muito bem nessa família na cidadezinha onde moravam, até o terceiro filho sofrer um acidente fatal, ao subir numa mangueira atrás de sua casa, escorregou bateu a cabeça, ninguém viu e Ele morreu sem assistência aparente. Atila era o seu nome, um ano mais novo que Rebeca, que por sua vez era mais nova que Carlos Alberto o mais velho; Frederico “o menorzinho” era o caçula e também, o chamego de Débora. Os dois tinham uma cumplicidade absoluta de amor, afeto, carinho e sintonia, um parecia ser a continuação do outro, olhos, ouvidos e até mesmo o olhar enigmático.
A morte do menino entristeceu a família, mas foi Sérgio quem mais sentiu; o garoto era o que Ele chamava de parceiro, por vezes ficava com ele nas peladas, assistindo e torcendo, também era ele que ia chamá-lo no bar quando estava demorando a chegar em casa, por vezes o trazia cambaleante e riam muito um do outro, o menino era o seu confidente, havia algumas coisas que somente ele sabia, mas nunca revelou a ninguém; quando sua mãe perguntava sobre algo, ele sempre favorecia o Pai. Eles, realmente se amavam. – Sérgio começou a negligenciar no trabalho, ficou desmotivado e custava aceitar a morte de seu filho. Também passou a beber mais que o costume e por fim se apegou mais a uma garota que já namorava às escondidas e somente Atila sabia. Tudo para Sérgio era muito estranho, como seu filho morreu, ele não aceitava.
Uma coisa ruim quase nunca vem sozinha, poucos meses depois Sérgio foi demitido do emprego, na mesma noite desse fato, foi flagrado por Carlos Alberto o filho mais velho, enquanto se beijava com a namorada escondida, Carlos contou para sua mãe e o inferno veio a baixo, o menorzinho ficou mais furioso que ela e demonstrava um olhar esquisito sempre que encarava o pai. Tudo desandou, marido e mulher já não existiam mais, somente aparências, isso imposto por Débora que escondia dos filhos sua desavença conjugal com Sérgio, menos ao menorzinho que parecia cada dia mais raivoso. O Ano estava chegando ao fim e os pedidos de perdão não surtiam efeitos em Débora. Sérgio decidiu ir embora da cidade a pretexto de arranjar um novo emprego na Capital. Débora não contestou e comunicou aos filhos que o Pai Iria fazer uma pequena viagem, se voltava ou não, também não comentou, nem mesmo ao menorzinho.
Era uma sexta feira treze o navio que levaria Sérgio na sua viagem já estava no Porto e as cinco da tarde partiria. Débora se arrumou bem bonita, uma saia marrom, uma blusa lilás, um cachecol Bordeaux tudo combinando com sua pele morena e cabelos claros ondulados, o menorzinho parecia encantado com tanta beleza, Rebeca e Carlos Alberto também a elogiavam: - Mãe a Senhora está tão linda! – Ela apenas sorria, tentando distraí-los. Cada um dos filhos vestia a sua melhor roupa. – Sérgio enquanto arrumava as malas recordava de sua história com Débora, os primeiros encontros, a primeira vez que a beijou e como fizeram amor, as tantas músicas que ouviram e dançaram no clube da cidadezinha; a chegada do primeiro filho, as dificuldades de início, enfim todo seu romance que parecia estar no fim. – Por um momento suspendeu o que estava fazendo e foi na pracinha próxima ao cais, onde havia uma voz de autofalante, ali se comunicavam avisos aos moradores do lugar e à tardinha os enamorados ofereciam músicas aos seus amores.
Carlos Alberto de oito anos, Rebeca de sete pediam a Sérgio: – Pai, traga-me um presente quando voltar e não demore, o menorzinho de cinco anos nada pedia estava calado e calado permaneceu o tempo todo, somente seus olhos expressavam algo que ninguém compreendia. – Já no cais o navio apitou, no mesmo instante que uma música começou a tocar na voz da pequena cidade, mas antes uma oferenda dizia assim: – “ofereço essa música ao meu grande amor, já com um milhão de saudades...” Era a canção predileta dos dois enquanto namorados. Débora se fez de forte, segurou o pranto no que pode, outra vez o navio apitou. – Sérgio de terno branco, já estava na varanda, a âncora se ergueu, as cordas se soltaram, o navio começou a partir, a música estava no seu melhor momento, uma lágrima começou a escorrer no rosto de Débora, Alberto e Rebeca começaram a chorar, o menorzinho não; ele ficou inerte olhando p’ro horizonte. O vento soprava os cabelos de Débora e Sérgio enviou o último aceno de Adeus e o navio se foi, uma neblina o encobriu e nada mais se viu, senão a imensidão do rio.
Tudo ia muito bem nessa família na cidadezinha onde moravam, até o terceiro filho sofrer um acidente fatal, ao subir numa mangueira atrás de sua casa, escorregou bateu a cabeça, ninguém viu e Ele morreu sem assistência aparente. Atila era o seu nome, um ano mais novo que Rebeca, que por sua vez era mais nova que Carlos Alberto o mais velho; Frederico “o menorzinho” era o caçula e também, o chamego de Débora. Os dois tinham uma cumplicidade absoluta de amor, afeto, carinho e sintonia, um parecia ser a continuação do outro, olhos, ouvidos e até mesmo o olhar enigmático.
A morte do menino entristeceu a família, mas foi Sérgio quem mais sentiu; o garoto era o que Ele chamava de parceiro, por vezes ficava com ele nas peladas, assistindo e torcendo, também era ele que ia chamá-lo no bar quando estava demorando a chegar em casa, por vezes o trazia cambaleante e riam muito um do outro, o menino era o seu confidente, havia algumas coisas que somente ele sabia, mas nunca revelou a ninguém; quando sua mãe perguntava sobre algo, ele sempre favorecia o Pai. Eles, realmente se amavam. – Sérgio começou a negligenciar no trabalho, ficou desmotivado e custava aceitar a morte de seu filho. Também passou a beber mais que o costume e por fim se apegou mais a uma garota que já namorava às escondidas e somente Atila sabia. Tudo para Sérgio era muito estranho, como seu filho morreu, ele não aceitava.
Uma coisa ruim quase nunca vem sozinha, poucos meses depois Sérgio foi demitido do emprego, na mesma noite desse fato, foi flagrado por Carlos Alberto o filho mais velho, enquanto se beijava com a namorada escondida, Carlos contou para sua mãe e o inferno veio a baixo, o menorzinho ficou mais furioso que ela e demonstrava um olhar esquisito sempre que encarava o pai. Tudo desandou, marido e mulher já não existiam mais, somente aparências, isso imposto por Débora que escondia dos filhos sua desavença conjugal com Sérgio, menos ao menorzinho que parecia cada dia mais raivoso. O Ano estava chegando ao fim e os pedidos de perdão não surtiam efeitos em Débora. Sérgio decidiu ir embora da cidade a pretexto de arranjar um novo emprego na Capital. Débora não contestou e comunicou aos filhos que o Pai Iria fazer uma pequena viagem, se voltava ou não, também não comentou, nem mesmo ao menorzinho.
Era uma sexta feira treze o navio que levaria Sérgio na sua viagem já estava no Porto e as cinco da tarde partiria. Débora se arrumou bem bonita, uma saia marrom, uma blusa lilás, um cachecol Bordeaux tudo combinando com sua pele morena e cabelos claros ondulados, o menorzinho parecia encantado com tanta beleza, Rebeca e Carlos Alberto também a elogiavam: - Mãe a Senhora está tão linda! – Ela apenas sorria, tentando distraí-los. Cada um dos filhos vestia a sua melhor roupa. – Sérgio enquanto arrumava as malas recordava de sua história com Débora, os primeiros encontros, a primeira vez que a beijou e como fizeram amor, as tantas músicas que ouviram e dançaram no clube da cidadezinha; a chegada do primeiro filho, as dificuldades de início, enfim todo seu romance que parecia estar no fim. – Por um momento suspendeu o que estava fazendo e foi na pracinha próxima ao cais, onde havia uma voz de autofalante, ali se comunicavam avisos aos moradores do lugar e à tardinha os enamorados ofereciam músicas aos seus amores.
Carlos Alberto de oito anos, Rebeca de sete pediam a Sérgio: – Pai, traga-me um presente quando voltar e não demore, o menorzinho de cinco anos nada pedia estava calado e calado permaneceu o tempo todo, somente seus olhos expressavam algo que ninguém compreendia. – Já no cais o navio apitou, no mesmo instante que uma música começou a tocar na voz da pequena cidade, mas antes uma oferenda dizia assim: – “ofereço essa música ao meu grande amor, já com um milhão de saudades...” Era a canção predileta dos dois enquanto namorados. Débora se fez de forte, segurou o pranto no que pode, outra vez o navio apitou. – Sérgio de terno branco, já estava na varanda, a âncora se ergueu, as cordas se soltaram, o navio começou a partir, a música estava no seu melhor momento, uma lágrima começou a escorrer no rosto de Débora, Alberto e Rebeca começaram a chorar, o menorzinho não; ele ficou inerte olhando p’ro horizonte. O vento soprava os cabelos de Débora e Sérgio enviou o último aceno de Adeus e o navio se foi, uma neblina o encobriu e nada mais se viu, senão a imensidão do rio.
O que aconteceu com Sérgio? Débora se arrependeu de não o haver perdoado, foi mesmo acidente a morte de Átila?
Leia a próxima parte, não perca!
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Antônio Souza
(Contos)
https://youtu.be/QP_CJONnHBo
www.antoniosouzaescritor.com
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(Contos)
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