A PORTA DA ESPERANÇA...

Francisco de Paula Melo Aguiar

Em uma cidade não muito longe daqui...

A senhora Felicidade, como de costume diário e engenhosamente passeava com seu filho no braço em uma das suas ruas, onde existia um casarão antigo e muito bonito, porém, desabitado porque os proprietários tinham viajado para a terra de pés juntos e os herdeiros continuavam a disputar judicialmente a divisão do espólio.

Ela parou na frente do portão principal do casarão quando “ouviu” uma voz dizer-lhe: Felicidade, pode entrar a casa não é sua, porém, entre... aqui tem uma porta aberta pela qual você pode entrar, escolher e levar para si, coisas boas, ricas e de muito valor, coisas lindas, agora, preste atenção, porque você só tem dez minutos para entrar e fazer isso, depois disso tem que sair e não voltar mais, porque a porta se fechará e não abrirá depois. Entre e escolha para si e leve o que quiser.,.

O convite foi aceito pela imaginação de dona Felicidade, entrou no casarão, e lá realmente encontrou uma riqueza muito grande, algo incomensurável: ouro, prata, pedras preciosas, joias, diamantes, relíquias, etc., ela ficou muito contente e feliz. Sentiu-se em uma das sete maravilhas do mundo. O tempo se passou como um relâmpago em noite escura... em fração de segundos.

Aí ela botou a criança, o filho dela no chão e começou a encher suas vestimentas [saia, bolsos, etc] que usava de tudo que ela encontrou no referido casarão e estava autorizada a levar...

Quando faltavam três para dez minutos para terminar o tempo que lhe foi dado, a voz lhe disse: dona Felicidade, a senhora tem apenas três minutos para terminar suas escolhas e sair daqui.

Ai a ansiedade e a pressa de Felicidade, foi as alturas, porque a riqueza era grande demais e ela já não tinha mais lugar em suas vestimentas para botar tantos objetos daquele reino não encantado ao seu alcance, diante dos seus olhos e palpável com suas mãos.

A voz do imaginário de Felicidade voltou a alertar-lhe, agora saia terminaram os dez minutos, pode levar o que é seu e vá embora...

Felicidade saiu com suas vestimentas cheias de riquezas, estava milionária, já fazia projeto para o futuro, porém, ao sair do casarão, esqueceu de seu bem maior, aquilo que não tem preço e sim valor, seu filho que tinha botado no chão para puder escolher os objetos da riqueza que lhe foi dada...

Portanto, ao sair do casarão com os objetos, riqueza material, a porta fechou e não se abriu mais, a riqueza deixou-lhe cega de pensamento e de visão, foi aí que ela lembrou-se do filho...

Já do lado de fora do casarão, deixou a riqueza no chão e voltou na carreira para apanhar seu filho, gritou, bateu e se desesperou e a porta não se abriu mais...

Foi aí que Felicidade caiu na real e a porta da esperança virou infelicidade, desespero e depressão, porque ela perdeu sua maior riqueza, seu filho...

E agora?...

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 21/11/2020
Código do texto: T7117009
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