Delírio Paupérrimo

Determinou-se, foi ato impulsivo, sentiu-se profundamente desfalecido e decidiu chegar ao ponto final.

Jogou-se do penhasco numa queda livre, foram segundos da desejada partida sofrível.

Mais ainda existia durante o cair, contornou-se um pouco mais, tentando paralisar todo restante de vida.

Concluídos cinco segundos do desejo vil da morte, topou com uma pedra no caminho, e a ira sucumbiu para dar lugar a decepção.

Tudo ilusão, enquanto o pobre pensamento de arruinar-se totalmente foi crescendo e decidiu agir, viu no alto mar e céu, não percebeu...

Se jogou de uma moita, uma imitação de monte delineado pela natureza, que no máximo tinha cinco metros de altura.

E toda a demora de chegar ao declínio, não passou de um delírio da mente que alimentava desgraça em meio a incerteza.

Após a queda livre e curta, lhe aguardava embaixo, uma maré baixa, com água só para lavar os pés e uma lama ecologicamente saudável de um manguezal que lhe fez sujar a cara.

E assim melado e vivo ao invés de ensanguentado, morto e destruído, percebeu que uns caranguejos passeavam.

Existiu em meio a coisas vivas que não falavam, mas demonstravam beleza e afeição.

Resolveu secar a lama e apreciar a maré que enchia, e molhar-se num merecido banho que levaria nas águas o mal.

Definiu-se delirante cidadão do mundo que como muitos, sofrem a opressão do pensamento fragilizado.

Mas lembrou-se que a mente afetada por anos ou segundos, pode ter reversão positiva e continuar a vida sem os medos.

CarlaBezerra

Divina Flor
Enviado por Divina Flor em 10/11/2020
Reeditado em 10/11/2020
Código do texto: T7108063
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