No baile da vida não saia da pista - bviw

Naquela vila, pobreza chamava-se vergonha. E a vergonha de ser pobre abriu os olhos de Ulisses para o extremo oposto: o orgulho de ser rico. Iniciou uma busca pelo sucesso, incluindo jogos de azar e dívidas.

Quando o ouro reluziu no quintal do vizinho, Ulisses comemorou a proximidade com a mina. Mas a admiração e o sucesso que esperava não aconteceram - porque a ele não bastava participar dos lucros. Queria sem demora brilhar mais que o dono da mina - homem bom, que desde o princípio lhe estendeu as mãos e o admitiu em sua empresa.

O homem pobre da vila não soube ser grato ao amigo, quebrou o elo de confiança. Agiu como se a vida fosse uma festa sem regras, um auê improvisado.

A vida é uma dança elegante que se dança cercado por câmeras de todos os lados. Quando se empolga e perde o compasso, antes mesmo de você dizer “desculpe o auê”, ela já o reconhece como um mau passista e o retira da pista.

Maria do Carmo Fraga (Mariana Mendes)
Enviado por Maria do Carmo Fraga (Mariana Mendes) em 03/11/2020
Reeditado em 03/11/2020
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