Leão ou Elefante

Leão ou Elefante

Quem nunca brincou em suas fantasias de infância de interpretar em ser um animal, apenas uma brincadeira recorrente dentro de tantas dentre outras que meus amigos em nossa imaturidade fazíamos, e acredite quando falo que tínhamos conflitos de quem poderia ser o animal mais forte, atraente e voraz, ninguém queria ser o fraco, tímido, medroso e etc. Porem por mais que fosse uma hora boba do simples brincar, ninguém queria parece tolo aos olhos dos outros colegas, pior ainda em hipótese alguma teria dois animais iguais, e nisto começava a algazarra, e no meio do barulho daqueles pivetes inicia uma luta acirrada(risos).

Todos escolhiam os seus personagens, e eu sempre ficava por último e quando falava primeiro perdia sempre a exclusividade, isso foi frustrante em várias oportunidades, queria ser o rei da selva, aquele mandachuva corajoso, “O Leão” que transmitia a todos sua imponência real e segurança para os demais animais na floresta imaginaria em que criávamos em nossa imaginação, florescia na criatividade em tantos aspectos, que sinceramente aquele cenário não diferenciávamos a realidade neste instante.

Como tinha falado anteriormente nunca consegui ser o Leão, mas sempre fiquei com papel de peso, “O enorme Elefante”, quando falo isso não estou brincando, desculpe este trocadilho, aos olhos dos meus amigos seria o melhor papel, pense bem eu tinha um pequeno problema alguns quilinhos acima do peso, que não era padrão da sociedade alias nunca foi e nem será, por vários dias isso me incomodou, pensava comigo mesmo deve ser verdade! Durante meses continuava a ser o elefante ao ir dormir me sentia com a auto estima de um rato.

Essa fase de minha existência tonou-se um tormento, pensamento volátil e inútil, mas que assombrava a minha vaidade, ao ver meu reflexo percebia a cruel imagem de meu corpo que todos falavam, e ao invés de enamorar-se odiava cada parte do corpo redondo, ficava nítido minha insatisfação, tem sentimentos que não deve aflora quando criança , ao passar do tempo depois de questionar todo o papel do Elefante, leão e do rato, consegui a resposta que tanto deseja.

Apesar disso continuamos a brincar outros dias adiante, em um dia numa tarde de verão ensolarado e que estava fazendo um calor danado me ofereceram o cargo mais disputado da turma, da selva, o famoso e valente leão, e advinha? Na primeira oportunidade recusei o maior personagem! Com cara de espanto e assustados meus amigos, logo me perguntaram porque não aceitei o papel desejado? Início uma expectativa na roda que estávamos, e foi se formando outra realidade curiosa então calei-me e deixe o mistério continuar.

Em outro dia toda minha turma reunida, depois de uma pelada, que jogamos uma disputa do meu time os descamisados, contra os de camisas, sentados na calçada da minha vozinha a Dona Francisca que todos chamavam carinhosamente tia Chica, e comendo um pedaço de bolo quentinho que saiu do fogo, o bolo que todos aprovavam e faziam fila para comer, lembro como se fosse hoje quando perguntaram sobre minha recusa no dia que ofereça o cargo de rei da selva, o bendito leão.

Fez-se um silêncio danado e fui contando que que o leão não fazia mais sentindo, sabendo que ele era orgulhoso demais e queria o brilho e pompa para si, não tinha humildade para lidar com os seus servos(amigos), a lealdade ficou na sua vaidade, não tinha memoria sendo assim lembrava do que fez pelo outros, e nunca pelo que os outros fazia por ele, seu ego era traído pela arrogância do status de rei da selva, em nenhum momento tinha inteligência que fizesse governa, e quando tinha em poucas quantidades usava-se para conquistar os aplausos no entanto ao ser contrariado rugia sem parar.

Preferir continuar ser o elefante grande em sua altura, usando meu corpo como barreira para defender a todos que são atormentados, dócil e para entender os problemas, com uma memória enorme para lembra quem esteve ao meu lado e retribuir todas as ações e atenções que me foram dadas, paciente para resolver os problemas e tendo tanta força não preciso usar contra meus inimigos ou aliados para impor minha vontade, uma tromba para estender nas horas difíceis, para aconselhar, orelhas enormes para que possa escutar e não rugi feito ignorante desesperado, inteligência no diálogo, reino por reino nas amizades eu poderia governa.

Thiago Sotthero
Enviado por Thiago Sotthero em 28/10/2020
Reeditado em 06/02/2021
Código do texto: T7097970
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