E  ESTAMOS CONVERSADOS (BVIW)
 
Estava eu na minha rede  lendo Tartufo de Molière e sorrindo  da senhora Pernelle por comparar a sua casa a corte do rei Pétaud, onde todos falam  e ninguém respeita nada  (kkkk tão Brasil, sil,sil)   , quando Maria chegou para me servir um café, ao me ver sorrindo disse: cruz/credo! Agora deu pra achar graça sozinha?    E emendou: dona Marluce telefonou, queria falar com a senhora, eu disse logo  ela tá tomando banho - não é o que  recomenda dizer? - Deixou recado, disse que tava na casa de praia  e gostaria que fosse passar uns  dias com ela, ai eu disse só se for, depois que o finado se foi não sai quase de casa, vive socada dentro de uma rede    quando não é escrevendo é lendo uns livros fedorento  a  mofo, que só de olhar pra eles me dá vontade de espirrar e a senhora sabe, espirrar hoje em dia  deixa as orelhas da gente em pé, por causa do corona. Ah, eu também disse pra ela que a senhora andava toda ancha , recebeu um troféu e um diploma do estrangeiro, depois a senhora conversa com ela e explica, agora vou cuidar da minha vida e saiu cantarolando... lava a roupa todo dia / que agonia ...
kkkkkk  Acho que a Maria tem razão em censurar o meu jeito de ser, tipo não sai do canto, parece até que as minhas distâncias são abstratas, os  meus passos são curtos e não me levam além da porta, também, nunca fui de muitas andanças. Mas,  não cabe aqui um... QUE PENA!!! Tenho cá uma coisa que preenche  todos os vazios: A LEITURA . E estamos conversados.

                                      
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 27/10/2020
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