Conto Real BVIW
Clara nasceu numa cidade do interior, no nordeste, o que não lhe faltava era sorriso e olhar curioso, esperta, o que sempre gostou foi de dançar e cantar, duas armas poderosas que tiravam aquela menina da mesmice, levando a exaustão, tamanha felicidade, coisas que dinheiro não compra, mas nasce igual capim dentro da gente, quando no coração existe alegria de viver. Bateu numa lata, era sinal de movimento e a alma a fazer daqueles momentos os registros inesquecíveis para o resto de sua vida. Tristeza havia, mas o ritmo inebriava, trazia no peito cantante a força, esses, sempre foram os maiores indicadores de que valia a pena viver, tudo podia se transformar, mesmo em pranto. O tempo passou, ela casou e passou todo esse valor criando suas filhas no mesmo caminho musicado pela vida, o quarteto cantante, dançarinas risonhas com sangue herdado na musicalidade que vai fortalecendo, diferenciando o trajeto, no final, as lágrimas secavam, gargalhadas ecoavam naquela casa porque havia a movimentação precisa que pulsionava, transformando tudo em leveza.
Os anos passaram, a idade chegou, os cabelos brancos desabrocharam.
Hoje, Clara luta para continuar cantando, dançando, mesmo numa cadeira de rodas.
- O que? Como assim?
- Mas nem cadeira de rodas ela tem!
- Dança como se tivesse uma, quando pode.
- Pois é, não lhe deram nem o direito dela adquirir a sua.
- Há felicidade que o dinheiro compra sim.
- Enquanto há vida, há a busca direcionada para dentro da gente. Clara é assim, não podendo comprar, nada pode matar o sonho de viver cantando e dançando, quando depois do olhar interno, uma luz direciona seu olhar para fora, para toda a beleza, além da gente, terra, céu, mar, e tudo que há.
A vida e seus contos reais, com seus ais e suas reticências...
Os anos passaram, a idade chegou, os cabelos brancos desabrocharam.
Hoje, Clara luta para continuar cantando, dançando, mesmo numa cadeira de rodas.
- O que? Como assim?
- Mas nem cadeira de rodas ela tem!
- Dança como se tivesse uma, quando pode.
- Pois é, não lhe deram nem o direito dela adquirir a sua.
- Há felicidade que o dinheiro compra sim.
- Enquanto há vida, há a busca direcionada para dentro da gente. Clara é assim, não podendo comprar, nada pode matar o sonho de viver cantando e dançando, quando depois do olhar interno, uma luz direciona seu olhar para fora, para toda a beleza, além da gente, terra, céu, mar, e tudo que há.
A vida e seus contos reais, com seus ais e suas reticências...