CUMPRRINDO TAREFA (BVIW)
Hoje eu tenho uma tarefa pra cumprir: escrever um conto, mas não estou a fim de seguir o fio da meada, isto é, observar determinadas regras ao que se estabeleceu caracterizar como conto, uma narrativa breve e concisa, contendo um só conflito, uma única ação.
A meu modo, sou a personagem do meu conto e contraceno com alguém, que me indaga: você reza quando vai deitar? Respondi que sim. Pra quem você reza? Quis saber quem me perguntou. - Pra santa Clarice , retruquei. - Espantado o alguém insiste, Santa Clarice... Existe essa? – Respondi: Existe sim, Santa Clarice Lispector – E o alguém: desde quando ela é santa? E o que você diz pra ela? - Repito a oração que ela ensinou e que diz: Que minha solidão me sirva de companhia, que eu tenha a coragem de me enfrentar, que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.
Já que a tendência da conversa primava pela continuidade da religiosidade, indaguei para o alguém: você já leu o “Dia do Coringa” de Jostein Gaarder ?- Disse-me o alguém, não, sei nem quem é - Muito bem, vou contar uma passagem deste livro, que achei muito interessante, ouça: Certa vez um cosmonauta russo e um neurocirurgião, também russo, discutiam sobre o cristianismo. O neurocirurgião era cristão, o cosmonauta não era. Já viajei muitas vezes para o espaço sideral - gabou-se o cosmonauta - mas nunca vi nenhum anjo. O neurocirurgião primeiro ficou olhando para ele... Depois disse: E eu já operei muitos cérebros inteligentes, mas nunca vi um pensamento.
F I M
A meu modo, sou a personagem do meu conto e contraceno com alguém, que me indaga: você reza quando vai deitar? Respondi que sim. Pra quem você reza? Quis saber quem me perguntou. - Pra santa Clarice , retruquei. - Espantado o alguém insiste, Santa Clarice... Existe essa? – Respondi: Existe sim, Santa Clarice Lispector – E o alguém: desde quando ela é santa? E o que você diz pra ela? - Repito a oração que ela ensinou e que diz: Que minha solidão me sirva de companhia, que eu tenha a coragem de me enfrentar, que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.
Já que a tendência da conversa primava pela continuidade da religiosidade, indaguei para o alguém: você já leu o “Dia do Coringa” de Jostein Gaarder ?- Disse-me o alguém, não, sei nem quem é - Muito bem, vou contar uma passagem deste livro, que achei muito interessante, ouça: Certa vez um cosmonauta russo e um neurocirurgião, também russo, discutiam sobre o cristianismo. O neurocirurgião era cristão, o cosmonauta não era. Já viajei muitas vezes para o espaço sideral - gabou-se o cosmonauta - mas nunca vi nenhum anjo. O neurocirurgião primeiro ficou olhando para ele... Depois disse: E eu já operei muitos cérebros inteligentes, mas nunca vi um pensamento.
F I M