SERIA AMOR? - BVIW
SERIA AMOR?
A vila era de poucos habitantes, talvez nem chegasse a milhares de casas, mas havia uma distância interminável entre elas. Os seres não se vestiam de fantásticos, mas tinham força de viver.
Na casa 15 uma moça se encantara com o vaso amarelinho contendo uma única flor branca que lhe abriu a janela dizendo: Joaquim esteve aqui. Na manhã seguinte, o vaso era verde e a mensagem se repetia: Joaquim esteve aqui.
Clarinha imaginou quão belo seria o príncipe da flor branca. Vislumbrou-se em uma casinha colorida, deitada ao seu lado em linhas horizontais e verticais como em palavras cruzadas. Num repente, pintou o vaso de vermelho com a pergunta: De que adianta Joaquim ter estado aqui sem Clarinha ter lhe visto?
Ainda assim a cama do sonho estava feita. Embora parecesse que havia um astrolábio entre eles, e já que este media a distância das estrelas no horizonte, por que não perguntar-lhe sobre a distância do coração de Joaquim ao seu?
A nova manhã trouxe a flor branquinha num vaso azul-marinho e lhe pediu para acompanhá-la. Feliz, mas cautelosa, Clarinha vestiu-se de uma casca de laranja caso o príncipe fosse uma ratasana. A viagem pareceu-lhe longa para um voo de Clarinhas Pan.
Tão logo chegaram em Joaquim’ Land, Clarinha viu vasos pintados em inúmeras cores, cada um com sua flor branca. Acima, a placa de “Vende-se”. Ah! Aquilo não era amor, era empreendedorismo. O que não impediu o jovem Joaquim de apaixonar-se pelo laranja de suas cascas.
Marília L Paixão
SERIA AMOR?
A vila era de poucos habitantes, talvez nem chegasse a milhares de casas, mas havia uma distância interminável entre elas. Os seres não se vestiam de fantásticos, mas tinham força de viver.
Na casa 15 uma moça se encantara com o vaso amarelinho contendo uma única flor branca que lhe abriu a janela dizendo: Joaquim esteve aqui. Na manhã seguinte, o vaso era verde e a mensagem se repetia: Joaquim esteve aqui.
Clarinha imaginou quão belo seria o príncipe da flor branca. Vislumbrou-se em uma casinha colorida, deitada ao seu lado em linhas horizontais e verticais como em palavras cruzadas. Num repente, pintou o vaso de vermelho com a pergunta: De que adianta Joaquim ter estado aqui sem Clarinha ter lhe visto?
Ainda assim a cama do sonho estava feita. Embora parecesse que havia um astrolábio entre eles, e já que este media a distância das estrelas no horizonte, por que não perguntar-lhe sobre a distância do coração de Joaquim ao seu?
A nova manhã trouxe a flor branquinha num vaso azul-marinho e lhe pediu para acompanhá-la. Feliz, mas cautelosa, Clarinha vestiu-se de uma casca de laranja caso o príncipe fosse uma ratasana. A viagem pareceu-lhe longa para um voo de Clarinhas Pan.
Tão logo chegaram em Joaquim’ Land, Clarinha viu vasos pintados em inúmeras cores, cada um com sua flor branca. Acima, a placa de “Vende-se”. Ah! Aquilo não era amor, era empreendedorismo. O que não impediu o jovem Joaquim de apaixonar-se pelo laranja de suas cascas.
Marília L Paixão