![A imagem pode conter: atividades ao ar livre](https://scontent.fvdc3-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/121095794_2784699471815737_8170138412305348393_o.jpg?_nc_cat=103&_nc_sid=730e14&_nc_eui2=AeGHNzuxke85avGMOLUX4wd14tyxpTnliini3LGlOeWKKZYJdsQA5jhHLr8X5a7jbK6rLszc99bBVcS66Z3VNvlO&_nc_ohc=fd9nMvC_LpMAX9k-W3E&_nc_ht=scontent.fvdc3-1.fna&oh=7b31d4ef79ec3336a6a6e17a74b23938&oe=5FA2CEB2)
******
Kafka andava pela
passarela
do Porto da Barra
e era madrugada
Existia alguma iluminação
desde que o prefeito
reformara toda a orla...
Só que do outro lado
ainda reinavam as sombras
e os "bichos" do submundo.
Kafka seguia, praticamente só
pela passarela e do outro lado
viam-se sombras de gente
Sombras de gente que
não se considera gente
gente cometendo delitos
... escondendo-se
no véu do escuro.
Carros eram proibidos
e nem teriam se quisessem
e todos se arrastavam...
(e faziam uma fumaça...
uma fumaça que parecia
tóxica)...
Kafka parou e olhou, encarou
houve um "shhh...", ignorou
se encostou com intenção de
não ser visto...
e um homem
chamado Danilo
passaria por ali, logo, logo...
cansado de seu trabalho
como vigia noturno
da estátua do Cristo.
******
Danilo assobiava e sonhava
com os braços de sua
namorada ansiosa sonolenta
e cheirando a baunilha e café
Enquanto Kafka puxava
de dentro do casaco jeans
um facão que já servira pra
cortar coco,
e que muito brilhava
diante da luz do farol
e dos faróis de um fusca
que por ali passou.
(continua)
(