ENGENHO DE CANA-DE AÇÚCAR, CEDRO ROSA E CERCA DE ARAME FARPADO.
– Boa tarde! Falou o Engenho de Cana de Açúcar ao Cedro Rosa e à Cerca de Arame Farpado.
– Boa tarde! - responderam os amigos.
– Olhem quem está se aproximando da escada que está apoiada na minha parede. A avó deve estar fazendo a sua sesta. Esta garotinha é travessa! Receio que pretenda vir ao meu telhado.
O Cedro Rosa, sério, comentou:
– Eu já havia dito à Cerca de Arame Farpado que esta menininha, em breve, imitaria a façanha dos meninos.
O Engenho de Cana de Açúcar complementou:
– Seus olhinhos brilham quando observa a brincadeira dos primos.
A Cerca de Arame Farpado que, até então, apenas os ouvia falou:
– Temo que ela ao pular do Engenho ao Cedro não o alcance ou escorregue.
– Como assim? – perguntaram os amigos.
– Os meninos saltam de pés descalços e ela está sempre de sapatinhos de verniz e vestidinho de babados. É arriscado e perigoso!
– Se o avô tivesse percebido as intenções da pequena, certamente teria colocado alguma proteção em mim. Amigos, a pequena está aqui. Ao cair, ficou presa, pelos babados, em meu arame. Creio que está machucada, pois há sangue escorrendo de sua perna esquerda. – disse, com ar de quem estava preocupada, a Cerca de Arame Farpado.
A seguir, o Engenho comentou:
– O avô, ao ver telhas, ao chão, aproximou-se e, com carinho, soltou-a da Cerca e a levou ao hospital. Mais tarde, enquanto os avós tomavam chimarrão à sombra do Cedro Rosa, tomamos ciência de que a menininha tinha levado doze pontos, mas estava feliz, tinha voado tal qual aos primos.
Sonho realizado; travessura com sabor de guloseimas.