Impressão

Quase meio-dia. Peguei meu capacete e o coloquei na moto. Então, entrei no banco. O atendimento me pareceu rápido, talvez por meio de semana. Saí de lá com um sorriso íntimo. Todavia não foi pelo atendimento. Uma mulher, gemendo, lia algo no celular dela. E ela, sem dúvida, deve ter se esquecido de onde estava.

Em certo momento - ela estava sentada junto a mim antes do atendimento - senti que a mulher passava as mãos nos seios, e instantaneamente me aproximei curioso.

A mulher mudou a página do celular numa habilidade incrível.

- Um documentário sobre o câncer de mama- disse-me.

- Doença horrível - eu comentei.

Mas sei bem que os gemidos não eram de dor. Desde então, analiso o que leio na internet quando não estou em casa.

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 01/10/2020
Código do texto: T7076833
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