Rito sagrado

Orquestra de flautas mágicas, transportam-nos a uma dimensão ancestral. Líquido sagrado, das ervas maceradas, banha o corpo que está em estado de transe. É nesse momento que o angustiado ser conecta-se ao seu mundo-necessário, onde encontrará - ou não - as respostas precisas que suas dúvidas pedem.

O encontro com a dimensão varia de pessoa para pessoa, de toque para toque, de erva para erva. Há quem tenha a sorte de encontrar-se com ancestrais, antigos familiares já elevados. Outros movem-se como ser invisível, acham a si mesmos num vão, onde há apenas uma árvore; nisso podem ver seus erros, seus problemas e discernir a melhor opção a tomar.

Geralmente os ritos acontecem em locais reservados de aglomerações, são em locais abertos e em contato com a natureza - mesmo que mínimo. Um sacerdote-mor, com suas vestes litúrgicas, banha suavemente a cabeça daquele a quem o procura, dando-o bênçãos. No máximo três participantes, estes com as flautas feitas a mão, esperam as ordens para começarem os sons marcados. E, o quinto, é o responsável pelas folhas e pelos líquidos a serem usados no banho.

O que procura respostas prostra-se ao chão, em respeito à Terra, fecha seus olhos e é banhado, com o dorso desnudo. Começam a tocar as flautas e o transe começa. É de responsabilidade dos presentes assegurar a integridade física e espiritual do seu "paciente".

Ao final do rito, que só acaba ao cessar das flautas, surge um ser renovado.

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 28/09/2020
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