Serenatas à luz do luar! (*)
Anos 60, anos dourados de muita inspiração!
Anos de minha infância em que punha-me a cantar e a tocar violão nas escadarias da casa da vizinha chamada Mármore, linda menina de olhos claros, filha de um mulato forte e encantador, o eletricista Juca, que cantava Ave Maria, de Franz Schubert, nos casamentos realizados em minha Terra Natal, Urussanga, ao sul de Santa Catarina, próxima à serra do Rio do Rastro.
Juntava-me com o Betinho - José Roberto Contessi -, amiguinho que também tocava violão e cantava, e ficávamos ensaiando em quase todas as manhãs ensolaradas e resplandecentes da "Terra do Vinho".
Os anos se seguiram e, já na década de 70, vieram as serenatas para as amiguinhas de escola, nas madrugadas frias dos invernos gelados pela forte geada que caia, e era uma festa, uma grande satisfação e alegria, quando as amigas abriam as janelas de suas casas e nos serviam vinho e aperitivos, o que aumentava ainda mais a vontade de cantar e de se emocionar e sentir mais radiante o brilho da lua e das estrelas.
Nessas serenatas já participava também o cantor, percussionista e baterista Elias Bis (in memoriam) e, posteriormente, passamos a nos apresentar em shows beneficentes no palco do colégio “Rainha do Mundo” onde estudávamos, com guitarras disponibilizadas pela direção da escola.
Ao mesmo tempo, de tanto ver o Juca cantar nos enlaces matrimoniais que ocorriam na cidade, aprendi também a cantar a Ave Maria e a me apresentar como tenor na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, onde ocorriam as cerimônias.
(*) José Roberto Contessi, atualmente, é engenheiro civil pela Universidade Federal de Santa Catarina, músico e empresário.