O miserável em sua ilusão.

Na beira-mar deixo-me levar

Cenário resplandecente de luar

Flautas ancestrais ecoando

Dando maior eufonia ao lugar.

Quem diria qu'eu fosse aqui parar?

Outrora perdido, cheguei por acaso

Seres receptivos me encontraram

Desmaiado na areia em pleno ocaso.

Curado com ervas e plantas nativas

Logo me integrei a todos eles

E fui posto como pessoa amiga

Então me encantei com esses seres.

O tempo foi cada vez passando

Eu já nem lembrava de casa

Da minha realidade amarga

Minha vida agora era outra.

Mergulhei em sua cultura rica

Sua musicalidade envolvente

Danças, festas, vestes e comida

Tudo era vibrante e contente.

Lá não havia manhãs

A lua sempre estava presente

O céu escurecido

Mas enfeitada de estrelas cadentes.

Tinha encontrado minha paz, finalmente

Um dia, porém, me acordaram da ilusão

Estava em frente ao meu conhecido lixão

Lá a dor e o sofrimento eram recorrentes.

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 07/09/2020
Código do texto: T7057544
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