O Barco

O velho barco repousa sobre as ondas. Agora já não serve para que os homens venham usá-lo.. Seu casco, outrora brilhante como o puro diamante, agora se encontra puído e danificado. O seu mastro, que durante tempestades impetuosas, erguia-se imponente, desafiando os estupendos raios que anunciavam o caos, agora se mostra escurecido e frágil. Novos barcos, mais velozes, mais bonitos e fortes tomaram todo o mar.

O vento sopra em suas rachaduras, fazendo se ouvir um lamento; porque choras, ó velho barco? Não és tu que diante de ondas nefastas, ergueu-se vitorioso?

Por acaso, ó barco saudoso, não foi sua bravura e serenidade que guiou os ávidos por aventuras pelas águas instáveis?

Não vistes tribos longínquas, das quais apenas histórias se ouvem?

Mesmo assim, choras..

A saudade do mais puro azul do mar, da brisa suave, da serenidade das gaivotas o consome. Tornarás a vê -las? Não, nunca mais verás.

Os novos barquinhos ouvem seu lamento;

Sabem o porque de sua tristeza:

É a dor de ser esquecido.

Matheus R Botelho
Enviado por Matheus R Botelho em 03/09/2020
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