Resposta

Quantas coisas não guardamos conosco nesta vida, em um baú empoeirado, escondido em um quarto esquecido, e quanto mais temos, mais fazermos questão de esconder tudo isso.

E pensei o porquê de me identificar com qualquer cena dramática, declaração de amor ou romantismo, se, eu mesmo, talvez nunca tenha vivenciado um amor de fato. Não aquele que faz sofrer, ou que se explora o amor do outro, mas um amor sincero.

Me apego a muitas coisas e por elas daria a vida, sem pestanejar: família, amigos, sonhos e afins. Tudo isso me envolve em uma espécie de solidão, o sacrifício anula a ação dos outros, me deixa à mercê de suas vontades, como um homem que mora longe da civilização e agrada os viajantes, como uma tentativa de saber que está vivo.

Por fim, em resumo, não sei explicar, porém sei que vivo um vício de me apaixonar por tudo que me cerca, me preenchendo de vida, alegria e angústia. Essa paixão pela vida ou por todos e tudo que vejo, nunca soube explicar, nem sequer viver muito bem, tranco tudo em um baú, na esperança de que algum dia, possa abrir para alguém.

Matheus Tomaz
Enviado por Matheus Tomaz em 28/08/2020
Código do texto: T7048448
Classificação de conteúdo: seguro