A Solidez de Betina , trecho II
Estava próximo do aniversário de Betina. Apolônio era um caminhoneiro experiente, mas não podia dar a filha nenhuma viagem das quais ela sonhava, senão de carona no seu trucado.
Era tarde de outono. O sol se despedia entregando o céu à lua nova, deixando no horizonte um crepúsculo de saudades. Betina não continha a emoção de estar ao lado de seu pai Apolônio, sentada na boleia do seu caminhão com destino ao Rio de Janeiro.
- Quantos quilômetros, Painho?
- De Tamandaré pra cá, mil. Vamos dar mais uma parada aqui em Itabuna, Você toma banho, viu.
- Tá certo, mas e o Siô? - pergunta a moça com o semblante rosado de felicidade.
- Vou tirar a água do joelho, depois dá uma espiada nos preços por aqui, mas não custe muito não, menina, vá!
Betina segue ao toalete, prendendo seus cabelos no elástico. A cada passo que dava suas nádegas pareciam saltitantes dentro de uma calça pijama cor de vinho, destacando-se com a blusa bege acoplada no seu busto delineado. [...]
Obra em construção: A Solidez de Betina
Por Áurea de Luz