"A BORBOLETA AMARELA" Conto de: Flávio Cavalcante
A BORBOLETA AMARELA
Conto de: Flávio Cavalcante
Eu fico estupefato e impressionado com os acontecimentos mais estranhos que acontecem nas nossas vidas e de formas inexplicáveis, pelo menos para o nosso entendimento carnal.
Os mistérios que envolvem o nosso dia a dia. Lembro-me perfeitamente bem no dia em que meu pai estava nos seus últimos momentos de vida, e que me falava com muita felicidade, que toda manhã, um BEM-TE-VI pousava na janela do seu leito e cantava lindamente para ele. O cantar daquele lindo pássaro, fazia com que ele esquece a dor de um câncer já bem avançado e naquele momento ficava entretido com a presença do seu visitante, esquecendo o sofrimento, que à cada dia antecipava o seu traspasse. Segundo ele, a visita passou a ser uma rotina nos seus últimos dias. Ele relatava o episódio com muita alegria; pois, o BEM-TE-VI estava fazendo seus dias se prolongarem aqui na terra. Pouco tempo depois, o meu pai infelizmente veio à falecer, levando consigo a alegria de ter deixado aqui na vida terrena um legado de bons ensinamentos e plantado em nós uma saudosa lembrança dos tempos de outrora em que vivemos uma vida de muita felicidade ao seu lado.
As vida e seus mistérios. Com o passar do tempo, recebi algumas ligações da minha irmã, relatando um fato curioso, que me deixou intrigado pela forma dela explanar o ocorrido; mas, na minha concepção, era apenas uma mera coincidência. No seu relato, ela afirmou que toda vez que mencionava o nome do meu saudoso pai, borboletas amarelas sobrevoavam o seu jardim, dando uma conotação de paz e muito colorido no ambiente. O fato veio se tornando uma constância, ao ponto de chamar a sua atenção. Várias ocasiões quando ocorria, ela encontrava em contato para comunicar e eu ouvia aquela história e descrente, achava tudo devaneios da sua mente, causados pela saudade do nosso amoroso pai.
Certo dia, eu estava em minha garagem, quando o telefone tocou e era a minha irmã, contando novamente o episódio naquele momento da ligação. Disse que estava falando em nosso pai e as borboletas amarelas surgiram de repente e eu a retruquei dizendo que não acreditava no sobrenatural; pois, ela precisava enxergar que tudo não passava de uma mera coincidência. Embora que eu já tive no decorrer da minha existência, alguns fatos que me deixaram impressionados; mas aquele, propriamente dito, eu não estava dando credibilidade. No momento da minha conversa com ela, uma borboleta amarela pousou em cima do meu automóvel, estacionado na garagem e rindo bastante, comentei com ela que aqui borboleta amarela também apareceu de repente do lado de cá e ela relatou que estava toda arrepiada. A conversa se estendeu por mais algum tempo e bastou eu olhar para o jardim em frente à minha residência, estava repleta de borboletas amarelas. Aquela situação me deixou grilado, deixando-me em dúvidas se a história contada pela minha tinha algum sentido mesmo sobrenatural ou era apenas uma estória, criada pela sua imaginação fértil.
Deixo aqui essa enquete. O que vocês acham? Houve alguma manifestação sobrenatural ou eu também estou entrando no mundo mágico de bob, escorregando na maionese dos relatos da minha irmã?
Particularmente continuo achando que houve uma grande coincidência, mas que o fato ocorrido me deixou com uma pulga atrás da orelha, isso é fato e achei melhor deixar como está, ou então eu ia acabar entrando em parafuso sem entender nada do estava acontecendo em minha volta. Afinal, segundo o grande Shakespeare, “ENTRE O CÉU E A TERRA, EXISTEM MAIS MISTÉRIOS QUE A NOSSA VÃ FILOSOFIA POSSA IMAGINAR”.
FIM