Tratado prático do Fabrico de Galipões utilizando Gradaós escolhidos
Com um caderno na mão, Mané da Silva anota palavras que lê e ouve. Na mente, uma firme decisão: ser dicionarista a qualquer preço. Um detalhe, não conseguia.
Certo dia, num por do sol no lago de Galipões a sua mente se abriu. “Eureca!” berrou erguendo as mãos para cima.
Estava a observar um pescador, que custava pegar peixes. Era anzol pra lá e pra cá e nada! Enquanto o pescador era infeliz em sua missão uma garça na primeira tentativa conseguia.
“Como conseguem?”, indagou em seus pensamentos
Duas horas depois constatou: o pescador atirava seu anzol pra qualquer lado. A imponente garça escolhia suas presas, certo peixe conhecido de Gradaós.
Mané da Silva continuou com seu caderno catalogando palavras, mas, agora, só palavras que desconhecia.
Cinco anos depois revolucionou o mercado editorial brasileiro com o dicionário: O Mané e os Gradaós da Garça.
(Esse texto foi escrito na oficina literária de Ester Mambrine no 12º ENSECOM 2007. A idéia era produzir um texto narrativo partindo desse título, que pra variar ninguém sabia o significado. O nome da técnica é: jogo de palavras raras. Detalhe não podia procurar no dicionário.)