Algumas histórias de amor são sem controvérsias.
A primeira vista pode surgir em sua mente o seguinte pensamento, que eu como escritor idealizo a vida, que vivo pouco e mal saio do meu apartamento. Talvez em algum nível você tenha razão, sofro de uma psicopatologia chamada agorafobia, certamente isso me custou algum tempo de convívio social, mas permitiu-me que de dentro da minha concha eu fabricasse pensamentos, reflexões e sonhos.
Mas me perdoem os “românticos clássicos”, carrego certa desconfiança de histórias de amor em geral. Digo, nas formas que são vendidas em nada contribuem para a criação de relações saudáveis e verdadeiras. Tudo bem! Pode me acusar de ser uma pessoa amargurada, não guardarei rancor de você! Porém, eu não busco amor em um aplicativo que parece um catalogo vazio.
Já vivi um amor intenso. Um amor que o meu peito era capaz de comportar. Um amor que disciplinava o meu olhar para uma única direção e só permitia sentir um perfume. Dentro dessa comédia romântica particular posso lhe garantir que fui muito feliz. Até as brigas eram palatáveis. E para ser sincero, resolvíamos quase tudo na cama, no sofá, na varanda ou em banheiro de um cinema qualquer.
O tempo é um senhor engraçado. Ele adora nos pregar peças. E o meu amor foi intenso, romântico, sensual e recíproco. Naqueles anos eu não dava importância pra nada disso. E só depois de muitos outros romances, após perder alguns fios de cabelo e ganhar mais juízo, fui capaz de entender que algumas histórias de amor são sem controvérsias...