a razão pode ser perversa

P. traz um grande copo de alumínio, com características de líquido gelado em seu interior.

_ Nem sempre é o indicado que venhamos expressar o que é certo; digo, pelo viés restrito da razão! Mas sim, vasculhando os seus poros da emoção, aquilo que nossos receptáculos desejam ouvir; _Senta P. próximo a A.

_Mas isso é aplaudir a estética! O discurso, a evolução humana se empaca! Nada de novo surge daí! _responde A. com leve exaltação

_De fato, em alguma medida! Mas note, mesmo você, que se gaba tanto da razão, não me teve como entendido o que acabei de expressar… falhamos em nossa comunicação… Lembre que pessoas gostam o que lhes promovem recompensas! Por acaso aceitaria esse copo repleto com suco de cenoura com beterraba? _Calamamente, P. empurra um pouco o copo de gelado.

_É evidente que não! Sabe bem que odeio cenouras, muito menos beterrabas! _A. faz cara de reprovação

_Claro, reconheço em ti esse fenômeno! Mas veja, a vitamina C faz bem para seu problemas estomacais! Mas, ainda que seja de bom grado, algo que lhe faça ter saúde, você recusou prontamente! Para ideias, esse recurso não são diferentes! A estética deve estar à disposição do discurso, perante os ordinários, como é o tempero está para os alimentos: O nutritivo requer uma representação palatável. Pronto, _P. Empurra o copo gelado até A.

_Aqui seu suco de limão que seu que tanto adoras!

A. dá um grande sorriso sem graça.