Maria Antônia
Linho foi seu amor de verão, um moço de tirar o fôlego e a pureza de Sarita. Um amor louco e viciante; todos os dias, a lua era testemunha dos beijos, dos gritos de prazer e das promessas de fábula. Ele não queria nada com a voz do Brasil, e nem o Brasil importava-se com ele. Perfeito! Mais um Linho invisível no país. O amor não é tudo, mas enche barriga; Sarita ficou grávida aos 15 anos; a novidade veio dá na vila. Fruto do trabalho das comunicadoras informais da vida alheia, e o pescador Biguzinho era pai da moça. Rajadas fortes de ventos impedira a pescaria, mas caiu na rede a bomba. Depois de três doses de milome, Biguzinho foi ter um dedo de prosa com Linho. Chegou brabo e berrando: - Seu Lismar, apareça!!! Linho, sem mostrar respeito, respondeu: - A conversa que o senhor quer ter comigo, eu já sei. O leite ninho está garantido, sua filha vai ganhar um marido. O pai voltou pra casa sem dizer uma palavra. No dia seguinte, foi para a capital comprar uma casa. Fechado o negócio, marcou o dia da mudança. Linho firmou visita sob lágrimas, enquanto Sarita soluçava de dor. O rapaz desapareceu do vilarejo, mas Sarita não podia esquecer aquele amor adolescente, Maria Antônia tinha os olhos dele.