A bruxa

Numa montanha alta, em sua cabana, vive uma bruxa. Para não ficar sozinha, no frio clima montanhesco, fez num lance de magia um corvo falante, o qual amava muito a sua criadora e passavam muito tempo juntos se divertindo. Ele era sua companhia há muito tempo.

O corvo vinha notando uma mudança na companheira, vivia preocupada, estranha, de repente ficou assim, todos os dias fazia um líquido mágico em seu caldeirão, vários ingredientes, um mais esquisito que o outro. No fim, colocava a bebida num recipiente de vidro e tomava diariamente como um chá.

Sempre que bebia era uma luta, pois era horrível o licor, um gosto intagrável. O corvo, em seu lugar, via tudo quieto, se perguntando o motivo de sua criadora fazer e beber tão desgostoso licor todos os dias.

Um certo dia, ao pôr do sol, resolveu perguntar à bruxa qual era a razão daquilo. A resposta era que ultimamente a dona bruxa vinha se incomodando com o próprio corpo, a razão? A moda das outras bruxas agora era ter um corpo bem definido, malhado, sarado, enquanto a feiticeira estava gorducha. Ela, que nunca tinha ligado para isso, resolveu que deveria ter o mesmo corpo que as outras.

O dito chá, com péssimo sabor, foi passado de uma amiga de feitiçaria que tomava para emagrecer, logo, ela resolveu fazer também. Não gostava nadinha de beber aquilo, nem ao menos via diferença, mas achava que era necessário para obter o corpo desejado.

Enquanto isso, o corvo era esquecido pela dona que só pensava em ser magra.

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 11/06/2020
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