PANDEMIA - TÓPICOS

1-"Pandemia de 1918/9, Gripe Espanhola. O presidente RODRIGUES ALVES não tomou posse porque contraiu a doença. Praticamente confinado em casa, na rua Senador Vergueiro, bairro do Flamengo, Rio, perto do Palácio do Catete. Seria seu segundo mandato. No primeiro, 1902/1906, autorizara a vacinação obrigatória contra a varíola que levou à Revolta da Vacina (fake da época pudica - vacinadores da época 'trabalhavam' nas partes íntimas femininas), 1904, e apoiou, em verdade, a reforma urbana da então capital do Brasil, na intenção de afrancesá-la. A gripe chegou pelo porto de Recife trazida por marinheiros nossos vindos de serviço na África; em 1918, casos diagnosticados em Niterói e no dia 14 de outubro as primeiras mortes no Estado do Rio. Total de 20.000 doentes. Tomou posse em 15 de novembro, o vice eleito, DELFIM MOREIRA, interino até a morte do presidente, em janeiro de 1919." - Carlos Fico, historiador e professor da UFRJ.

2-A solidariedade com idosos prolifera nestes tempos de covid-19, mas a novela "Os ossos do barão" do consagrado dramaturgo Jorge de Andrade, 1973, TV Globo, mostra conflito entre gerações, dificuldade de inserção dos 'velhinhos' na sociedade: na trama, abandono de um casal, ANTENOR e MELICA, que se sentia excluído do mundo, perambulando entre os apês de quatro filhos no mesmo edifício.

3-Previsão do longa "Fátima" do italiano Marco Pontecorvo ainda este semestre - no elenco, Harvey Keitel e Sônia Braga, música de Andrea Bocelli. Estória real de três pastorinhos - Lúcia, Francisco e Jacinta - e as aparições de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal. FRANCISCO e JACINTA morreram três anos depois, em 1916, de Gripe Espanhola.

4-Toda pandemia tem "superstição", por vezes irresponsável, como templo aberto a incentivo à fé de dizimistas, no geral público muito pobre e fanático, "Covid-19 é apenas tentação do diabo"... Na hemeroteca da Biblioteca Nacional, Rio, estórias de crendice popular sobre a Gripe Espanhola. A Santa Casa da Misericórdia passou a ser chamada Casa do Diabo - os PACIENTES eram internados, recebiam à noite o "chá da meia-noite", hora sombria, tenebrosa, e /leitor entendeu muito bem/ ......... liberavam o leito para outros, chá que virou alegoria de carnaval na época.

5-Um grupo de blocos está articulando um segundo carnaval para celebrar o fim do coronavírus, sonhado para 12 de outubro no Aterro do Flamengo (e em Sampa?). No Rio, dois carnavais em 1912, quando o governo transferiu a folia de fevereiro para abril por causa da morte do Barão do Rio Branco. E quem disse que carioca obedeceu? Pulou duas vezes.

6-Temporariamente proibida a libertária vida ao ar livre; em todo caso, sonhar hoje na espera do amanhã - fim do 'fique-em-casa' e do isolamento social. Na lista de desejos, o que mais desperta suspiros é dar um mergulho no mar, preferencialmente sem roupa, falta da água salgada; outros: andar nas duas lotadas, abraçar pessoas, conversar muito, contato com a natureza dos parques, assistir ao nascer do sol ou da lua na praia, subir ciclovias de byke, vento e sol no rosto, jogar vôlei e basquete, o restaurante ou o barzinho e a bier ou o chope gelado, amar bem de pertinho.

F I M