NO REINO DE CRISTINA
Distante e separado do imaginário mundo da fantasia, havia um reino existente, real e verdadeiro, onde todas as mulheres (todas, sem perdão e sem exceção), chamavam-se Cristina.
Cristinas a dar com pau, Cristinas a torto e a direito. Cristinas de norte a sul, leste-oeste, de todas as partes e rincões. Cristinas de pau-a-pique e no vai-e-vém da cotidiana correria da vida. Todas as mulheres daquele reinante reino proferiam seu nome com orgulho: - sou Cristina! Cristina sou! Assim diziam...
Loiras Cristinas (muito inteligentes), morenas Cristinas (sapientes), mulatas Cristinas (congruentes), brancas Cristinas (coerentes), baixas Cristinas, altas Cristinas, gordas Cristinas, magras Cristinas, feias Cristinas (eram poucas), bonitas Cristinas (as que mais tinham), poliglotas Cristinas, cultas, incaltas, carinhosas e maléficas, Cristinas... etc Cristinas, e infinitas Cristinas, sem pontos ou reticências. Haviam Cristinas de origem oriental, ocidental e etc e tal.
Haviam Cristinas histéricas (emoções) e outras Cristinas com mais paciência (razões).
Haviam Cristinas cultas (já dito), elegantes, onde o charme era patente e congruente. Desfilavam à sorte com suas perfumadas flores: crisântemos e crisálias... e se gabavam pelo épico de suas vaidades cristinianas exibindo suas cintilantes artes (jóias) à 'Luz de Cristal'.
Doutro lado, haviam 'pobres Cristinas pobres', simples demais e até Cristinas da boca-do-lixo, perdidas nas esperanças da vida, consumindo-se pelo viés da drogadição. Cristinas líricas, profundas doutrinadoras do bem-estar. O vinho era a bebida mais consumida por elas...
Haviam também Cristinas cínicas, obtusas e confusas nos seus conceitos de mulher-meretriz. Essas Cristinas, contudo, a um sorriso (in)feliz, desenvolviam seus dotes artísticos-sensuais com muita maestria. E gozavam a arte de viver balbuciando a nobreza de se ganhar dinheiro como se quer... Gabavam-se de dominar os homens pela arte da libido sexual.
Ah, Cristinas... e ainda diziam que a comandante de tudo era a mais sábia e perspicaz de todas, apelidada de 'Crys-Bombom' (com 'y'). Dona da boate de nome 'La Dolce Vita', seu condão não era tão a maestria da profissão, já que pouco ou quase nada trabalhava nesse sentido, embora cobrasse seus caros vinténs pelas vias 'on line'. Seu condão de comandante, líder na essência, dama de referência, estava na capacidade ardilosa ('cristiniosa') de hipnotizar os homens à sua volta e fazê-los frequentar o requintado local. Crys era verdadeira dama-de-honra. Recebia muitas autoridades no local, gente importante, mas também gente humilde... e sempre ao som das músicas de amor do conjunto Roupa Nova (de quem era fã), coordenava as carnavalescas festas de 'love' local. Ah, e nas horas vagas de conforto e descanso, 'Crys', auto-didata na sua cultura pessoal, dedica-se a literatura poética como ninguém. Sabia pois muito bem o que de bom fazer.
Por sinal, cômica ironia do destino, à semelhança e coincidência (nesta crônica de evidências), é que no Reino de Cristina também havia outra 'Cris-Bombom' (com 'i), guardada em clausura no convento das 'Monjas Cristinas' (dedicadas à Santa de mesmo nome: Cristina). Santa, pura, intacta, nobre, assexuada em sua lisura corporal, mental e espiritual, seu apelido se dava porque muito gostava de doces (do bombom), sempre ofertando às demais enclausuradas daquele convento... Dizia sempre que 'a vida é doce', e assim curtia suas achocolatadas guloseimas. Estranha postura que tinha à época, não gostova de usar roupas novas. Preferia sempre a tradição, usando suas vestes antigas, já bem delineadas ao corpo. Sintia-se mais protegida assim. Ah, diga-se mais, seu hobby também era a escrita poética, mais de vertente culta e sacra pelos seus dotes cristinianos-espirituais. Na infância, aprendera com o pai, na roça, um tal de 'Fabio', a ler doutrinas poéticas em geral, costumeiramente perto ao calor de 'Caldeiras', onde seu pai de origem italiana costuma trabalhar o seu ganha-pão. Dele também herdou a simpatia futebolística do modesto (mas grande) Clube Atlético Juventus, do bairro da Moóca, doutro Reino próximo ao Reino de Cristina.
Pois bem... protagonismos específicos à parte, naquele Reino haviam Cristinas de todas as sortes e azar... Haviam Cristinas autoridades: Cristinas policiais, então sérias, cuidavam do bem comum e zelavam pela ordem pública. Mas haviam Cristinas bandidas, entretanto, muitas delas de pequenos furtos famélicos pra sua própria sobrevivências. Coitadas... à elas enobrecem o perdão. Outras delas (Cristinas) envolvidas nas maracutaias da administração pública, donde se via recursos desviados de maneira a atingir um 'pib' nacional (coisas de verdade por lá aconteciam, acreditem). À estas, apenas a absolvição do STF, dominado por Ministras Cristinas algumas empossadas por indicações políticas (e não jurídicas). Lá naquele Reino de Cristina, muitas coisas ligadas ao poder pareciam um conto-de-fadas, ou melhor, um jogo-de-cartas-marcadas. Mas por 'Cristo' (inda que a um conto laico) deixemos de lado a política-crítica de 'Cristinas'.
As médicas Cristinas (bonitas com seus jalecos) concorriam o melhor ganha-pão com as grandes Cristinas CEO's de grandes companhias. As engenheiras, jornalistas e arquitetas, também até ganhavam bem ao sustento, mesmo diante de uma enonomia acirrada. Tinham também nobres advogadas, juizas e promotoras... Cristinas, envolvendo-se no seio jurídico-social com muita dedicação. Cristinas professoras e nobres educadoras, e aqui faço o meu voto de gratidão... Cristinas psicólogas, podólogas, sociólogas, filósofas ... algumas muito avançadas, outras um pouco retrógadas.
Das artes, Cristinas a tudo dominavam: música, literatura, dança, cinema, pintura e etc, com vários museus naquele Reino, dedicados às grandes e cultas artistas Cristinas. À tudo, em tudo e por tudo, se via, ouvia, sentia, Cristinas...
Cristinas das padarias, das pradarias, dos campos e roças; Cristinas das lojas (eram muitas), dos barracos e do comércio em grande ampliação. Aliás, era um fusuê o período de Natal naquele bairro de comércio popular, onde Cristinas camelôs concorriam com Cristinas lojistas. E tudo isso era uma perdição para as fiscais da Prefeitura, Cristinas. E a grande população de Cristinas (o povão), fazia suas compras, compras e mais compras. Precisavam agradar seus filhos e família, principalmente as meninas d'infância, donzelas, Cristinas.
Aquele reino vivia bem com suas próprias crises... por lá era cristalino o modo de se viver. Sem cretinismos, apenas 'cristinismos'...
Na cristandade, aliás, muitas Cristinas professavam a sua fé (já explicado acima), protagonizando suas crismas sem cismas... embora por lá haviam também Cristinas pagãs, judias, afro, muculmanas e também muitas Cristinas sem fé. Viver era apenas um paraíso do momento que se tinha de viver.
Obs final: Ah, ao conto e no meu canto, faço em sutis referências dedicatórias à poetas e poetisas deste Recanto. Faço também referência aos dois grandes clubes de futebol que conheço (rs), localizados um pouco perto do Reino de Cristina. Brincadeiras a parte, 'que a gratidão sempre impere no meu coração'. 'Escrever é algo incrível'!
Distante e separado do imaginário mundo da fantasia, havia um reino existente, real e verdadeiro, onde todas as mulheres (todas, sem perdão e sem exceção), chamavam-se Cristina.
Cristinas a dar com pau, Cristinas a torto e a direito. Cristinas de norte a sul, leste-oeste, de todas as partes e rincões. Cristinas de pau-a-pique e no vai-e-vém da cotidiana correria da vida. Todas as mulheres daquele reinante reino proferiam seu nome com orgulho: - sou Cristina! Cristina sou! Assim diziam...
Loiras Cristinas (muito inteligentes), morenas Cristinas (sapientes), mulatas Cristinas (congruentes), brancas Cristinas (coerentes), baixas Cristinas, altas Cristinas, gordas Cristinas, magras Cristinas, feias Cristinas (eram poucas), bonitas Cristinas (as que mais tinham), poliglotas Cristinas, cultas, incaltas, carinhosas e maléficas, Cristinas... etc Cristinas, e infinitas Cristinas, sem pontos ou reticências. Haviam Cristinas de origem oriental, ocidental e etc e tal.
Haviam Cristinas histéricas (emoções) e outras Cristinas com mais paciência (razões).
Haviam Cristinas cultas (já dito), elegantes, onde o charme era patente e congruente. Desfilavam à sorte com suas perfumadas flores: crisântemos e crisálias... e se gabavam pelo épico de suas vaidades cristinianas exibindo suas cintilantes artes (jóias) à 'Luz de Cristal'.
Doutro lado, haviam 'pobres Cristinas pobres', simples demais e até Cristinas da boca-do-lixo, perdidas nas esperanças da vida, consumindo-se pelo viés da drogadição. Cristinas líricas, profundas doutrinadoras do bem-estar. O vinho era a bebida mais consumida por elas...
Haviam também Cristinas cínicas, obtusas e confusas nos seus conceitos de mulher-meretriz. Essas Cristinas, contudo, a um sorriso (in)feliz, desenvolviam seus dotes artísticos-sensuais com muita maestria. E gozavam a arte de viver balbuciando a nobreza de se ganhar dinheiro como se quer... Gabavam-se de dominar os homens pela arte da libido sexual.
Ah, Cristinas... e ainda diziam que a comandante de tudo era a mais sábia e perspicaz de todas, apelidada de 'Crys-Bombom' (com 'y'). Dona da boate de nome 'La Dolce Vita', seu condão não era tão a maestria da profissão, já que pouco ou quase nada trabalhava nesse sentido, embora cobrasse seus caros vinténs pelas vias 'on line'. Seu condão de comandante, líder na essência, dama de referência, estava na capacidade ardilosa ('cristiniosa') de hipnotizar os homens à sua volta e fazê-los frequentar o requintado local. Crys era verdadeira dama-de-honra. Recebia muitas autoridades no local, gente importante, mas também gente humilde... e sempre ao som das músicas de amor do conjunto Roupa Nova (de quem era fã), coordenava as carnavalescas festas de 'love' local. Ah, e nas horas vagas de conforto e descanso, 'Crys', auto-didata na sua cultura pessoal, dedica-se a literatura poética como ninguém. Sabia pois muito bem o que de bom fazer.
Por sinal, cômica ironia do destino, à semelhança e coincidência (nesta crônica de evidências), é que no Reino de Cristina também havia outra 'Cris-Bombom' (com 'i), guardada em clausura no convento das 'Monjas Cristinas' (dedicadas à Santa de mesmo nome: Cristina). Santa, pura, intacta, nobre, assexuada em sua lisura corporal, mental e espiritual, seu apelido se dava porque muito gostava de doces (do bombom), sempre ofertando às demais enclausuradas daquele convento... Dizia sempre que 'a vida é doce', e assim curtia suas achocolatadas guloseimas. Estranha postura que tinha à época, não gostova de usar roupas novas. Preferia sempre a tradição, usando suas vestes antigas, já bem delineadas ao corpo. Sintia-se mais protegida assim. Ah, diga-se mais, seu hobby também era a escrita poética, mais de vertente culta e sacra pelos seus dotes cristinianos-espirituais. Na infância, aprendera com o pai, na roça, um tal de 'Fabio', a ler doutrinas poéticas em geral, costumeiramente perto ao calor de 'Caldeiras', onde seu pai de origem italiana costuma trabalhar o seu ganha-pão. Dele também herdou a simpatia futebolística do modesto (mas grande) Clube Atlético Juventus, do bairro da Moóca, doutro Reino próximo ao Reino de Cristina.
Pois bem... protagonismos específicos à parte, naquele Reino haviam Cristinas de todas as sortes e azar... Haviam Cristinas autoridades: Cristinas policiais, então sérias, cuidavam do bem comum e zelavam pela ordem pública. Mas haviam Cristinas bandidas, entretanto, muitas delas de pequenos furtos famélicos pra sua própria sobrevivências. Coitadas... à elas enobrecem o perdão. Outras delas (Cristinas) envolvidas nas maracutaias da administração pública, donde se via recursos desviados de maneira a atingir um 'pib' nacional (coisas de verdade por lá aconteciam, acreditem). À estas, apenas a absolvição do STF, dominado por Ministras Cristinas algumas empossadas por indicações políticas (e não jurídicas). Lá naquele Reino de Cristina, muitas coisas ligadas ao poder pareciam um conto-de-fadas, ou melhor, um jogo-de-cartas-marcadas. Mas por 'Cristo' (inda que a um conto laico) deixemos de lado a política-crítica de 'Cristinas'.
As médicas Cristinas (bonitas com seus jalecos) concorriam o melhor ganha-pão com as grandes Cristinas CEO's de grandes companhias. As engenheiras, jornalistas e arquitetas, também até ganhavam bem ao sustento, mesmo diante de uma enonomia acirrada. Tinham também nobres advogadas, juizas e promotoras... Cristinas, envolvendo-se no seio jurídico-social com muita dedicação. Cristinas professoras e nobres educadoras, e aqui faço o meu voto de gratidão... Cristinas psicólogas, podólogas, sociólogas, filósofas ... algumas muito avançadas, outras um pouco retrógadas.
Das artes, Cristinas a tudo dominavam: música, literatura, dança, cinema, pintura e etc, com vários museus naquele Reino, dedicados às grandes e cultas artistas Cristinas. À tudo, em tudo e por tudo, se via, ouvia, sentia, Cristinas...
Cristinas das padarias, das pradarias, dos campos e roças; Cristinas das lojas (eram muitas), dos barracos e do comércio em grande ampliação. Aliás, era um fusuê o período de Natal naquele bairro de comércio popular, onde Cristinas camelôs concorriam com Cristinas lojistas. E tudo isso era uma perdição para as fiscais da Prefeitura, Cristinas. E a grande população de Cristinas (o povão), fazia suas compras, compras e mais compras. Precisavam agradar seus filhos e família, principalmente as meninas d'infância, donzelas, Cristinas.
Aquele reino vivia bem com suas próprias crises... por lá era cristalino o modo de se viver. Sem cretinismos, apenas 'cristinismos'...
Na cristandade, aliás, muitas Cristinas professavam a sua fé (já explicado acima), protagonizando suas crismas sem cismas... embora por lá haviam também Cristinas pagãs, judias, afro, muculmanas e também muitas Cristinas sem fé. Viver era apenas um paraíso do momento que se tinha de viver.
E o crisóito era a pedra preciosa mais valorizada naquele Reino de Cristina.
E tudo ia e caminhava como tinha em 'Cristinas' de ser...
Cristina era o conceito mais absoluto daquele reino. Não havia o que se pensar por outro ângulo, por outra ótica. Só Cristinas, pelo óbvio (e até pelo ópio), pelo certo, pelo errado, pelo claro, pelo escuro, pelo sim e pelo não. Cristinas indo e vindo, na reta, subida e descida, Cristinas no sentido direto, Cristinas na contramão.
Direitas, esquerdas. De cima e embaixo, Cristinas por todo e qualquer canto, cacho, riacho, diacho, esculacho... Haja Cristinas por tanto ser, ter, querer e viver.
Até que um dia, ao entoado brilho conjunto do 'Sol' & da 'Lua' (os astros universais abençoavam aquele reino numa eclípse astral), em determinado momento de mudança, veio então a tempestade dos céus: chuva torrencial, trovoadas, ventania, raios que iluminavam todo o Reino de Cristina de maneira límpida e cristalina (de novo), tremor em todo o Reino.... A fúria e a mística da natureza diziam-se vivas naquele momento.
E depois da tempestade, viu-se decorrente de um notável fato rapidamente espalhado pelo noticiário, um tumulto em geral. Parte da sociedade Cristina gritava empolgada pelo espírito do novo. Pela quebra de paradigma. Pela abertura de um novo viés, por algo a ser feito que viesse a mudar o Reino de modo emblemático. Muitas Cristinas aplaudiam o feito (o fato)... felizes e satisfeitas. Riam a torto e a direito pela revolução. Gozavam aleluias de um futuro então promissor. Aspiravam, pois, esperanças. Cristinas, como tais, e assim são, eram espécies do bem... Sabiam pois, que a verdadeira riqueza de uma sociedade está contida na pluralidade e diversidade...
Doutro lado o quebra-quebra e vandalismo por Cristinas revoltadas, nervosas, iradas e aglutinadas numa expressão raivosa de contrariar sem mesmo saber o motivo real de tanta inglória. Havia um fenômeno chamado 'Ira Cristina'. Os sete pecados capitais pras tais Cristinas eram apenas contos de fadas. O furor diabólico, maléfico, rancoroso e maquiavélico dessas Cristinas não tinham razão nas suas próprias emoções. Mas eram assim: Cristinas como espécies do mal. Gritavam histericamente, coisa e tal. Entoavam pois, que não podia haver mudança e que a tradição histórica e permanente é que gera solidez pra toda gente...
Era pois em fato, uma dualidade de posições tal qual uma guerra social de Cristinas X Cristinas (parafraseando Kramer X Kramer). Haviam posturas comedidas, tolerantes e compreensivas (Cristinas sensatas - as felizes). Haviam posturas criminosas, intolerantes e agressivas (Cristinas ingratas - as irosas).
As filósofas Cristinas diziam que tudo não passava de ser o reflexo daquilo que todos somos em si e em sociedade: a dualidade entre o bem & o mal.
E o tal feito (fato) depois da tempestade que causara tamanha combustão social entre 'prós & contras', 'amor & ódio', 'bem & mal', 'o certo & o incerto', 'o novo & o velho', 'mudança & tradiação' - tudo ao cotidiano-contexto entre Cristinas, no Reino, reluzia na maternidade do centro da cidade, de mesmo nome da Praça em que se localizava: 'Santa Cristina'.
Pós parto comum, aquela Cristina-mulher, já passada do seu cinquentenário (50 anos de vida - marcas no corpo, na mente e na alma), sem muita fé do futuro e vivendo um presente precipitado e inesperado, tivera dado a luz. Paria a pura menina, cujo pai de nome 'Dilson Natal' - homem desavisado, meio que desenganado e fora de si - absorto do fato, 'Cândido' em seu silêncio e talvez influenciado por seus palpiteiros amigos de bar, de futebol e costumeiros frequentadores do bordéu acima descrito (Elie Filho e Jacó Mathias), batizou-a naquele mesmo momento do nascedouro: de 'Maria'...
Alheia a todo desconforto social e sem saber que era a pivô da celeuma daquele Reino, 'Maria' (a menina-bebê, 'Augusta' ao conceito) depois do choro da vida e sendo símbolo de renovação, dormia de olhinhos fechados. Ao mesmo tempo em que instintivamente mas já com fome, sugava com delicadeza o inesgotável peito de sua mãe. Mamava o seu sustento, acalentada pelo calor-carinho-conforto do seio materno, de sua mãe-mulher-Cristina, que entre sonhos de fantasia (entre dor, lágrimas, sonhos e frustrações, alegria e ironia) cantava-lhe baixinho uma cantiga de ninar, e simplesmente (cristinamente) sorria.
Ao resumo tresloucado e (i)lógico do conto (ainda que assim se pareça): Cristina-mulher, sem roteiro, meio que farta da vida, paria a pura-menina-Maria ('Augusta', repita-se, com longo roteiro à frente). O nascimento ao contexto do reino, sorrateiro, era simbologia d'uma alforria.
Doravante, por liberdade, todas mulheres seriam um pouco de si (entre todas), 'Maria'. Cada qual com seu nome, seu jeito e seu respeito.
(fim)
ps: ao interessante feito de mudança social e pela luz do acontecido, Crys-Bombom (a dona do meretrício), arrependera-se na vida. Caiu de joelhos, orou, pediu perdão, e largou o bordél. Tornou-se o protótipo de mulher correta (mas não santa), passando a ser coaching de auto-ajuda e motivação em carreira, focando principalmente o conceito chinês de que 'toda crise é sinônimo de oportunidade'. Por princípios esotéricos e simplicidade, mudou a letra do seu nome, sendo pois, 'Cris' (eliminou o 'y'). Tornou-se conhecida, famosa, referência profissional, e viajou o país dando palestras. Ficou muito bem de vida e gostava de filosofar sobre o mundo contemporâneo perambulando pela sua cidade, que dizia ser maravilhosa. Casou-se com um deputado muito honesto e zeloso ('Dr. Jô Pessanha'), que laborava seus esforços com muita lisura, sempre aos anseios do interesse público e social. Era um homem de bem, embora não religioso. Carioca da Gema, embora fosse simpático torcedor do Santos Futebol Clube (alvinegro-praiano da Vila Belmiro, doutro Reino próximo ao Reino de Cristina. Cris (antes 'Crys') mudou da água pro vinho (gostava do tinto), e embuída de um espírito nobre até criou uma ONG-social de apoio às mulheres carentes e abandonadas nas ruas. Exercia na ONG uma intensa atuação e dedicação pessoal. Ah, sendo também fã da banda metal-portuguesa 'Moosnpell', teve uma ideia 'Agridoce': entitulou a ONG de 'Serpente Angel'. Explicava à todos, por princípio, que no veneno há o antídoto. E que todos somos um anjo de luz, dependendo de nossas escolhas pessoais. Enfim, uma mulher de força, perspicácia e de fibra...
Já a outra Cris-Bombom (a pura ao extremo), abrira seus olhos. Percebeu que o seu corpo é um templo divino e que a vida é uma só. O lado de lá é expectativa (ilusão), o lado de cá é realidade (sensação). Teve noção de que viver no 'meio' é mais equilíbrado do que viver no 'extremos'. Verteu-se ao mundo do novo, prazeres, sabores concretos e gozos (carne & melado, sal & açúcar). Gostou de viver a liberdade e de saborear diversos pratos à mesa (isso não lhe fazia mal). Porisso mesmo optou por ser solteira e não ter nenhum vínculo conjugal, embora gostasse muito de curtir o amigo 'Camilo Cabral' - ex-religioso de tudo, hoje ateu. E assim ao frescor do vento largou o convento. Enfrentou o seu medo. Más linguas diziam que ela trocou de letra ao conceito (r/t), mas o fato é que trocou a letra do nome ('i' por 'y') por noções de marketing pessoal: optou por ser 'Crys' - mulher renovada - e ao lema de que 'o paraíso é aqui' à ironia da vida, foi ser plenamente feliz. Também mudou da água pro vinho (gostava do branco). Ah, aprendeu novas línguas e o que podia fazer com sua língua. Passou a ter um guarda-roupas complexo e variado, cheio de roupas novas. Tornou-se escritora profissional. Dizia que ao se olhar no espelho se via ao conceito-lema de ser como 'Uma Mulher, Um Poema'. Lançou sua biografia: um best-seller vendido no mundo inteiro (o título: 'La Dolce Vita'). Na sua generosidade à vida (à reverência de 'A Vida é Bela' - Roberto Benigni), em absoluto anonimato por 'Norma' e sem querer ser 'Aparecida' (não queria fazer propaganda disso), contribuia mensalmente com uma gorda e relevante quantia à uma ONG-social de apoio às mulheres carentes e abandonadas nas ruas, cujo nome denota que a vida se equilibra entre o 'profano e o divino' (referência entre um anjo e uma serpente). Enfim, uma mulher sapiente, resiliente e de respeito...
Ah, e o brilho do Sol (de dia, que aquece) e da Lua (de noite, que apetece) continuam brilhando plenos, naquele Reino, que doravante passou a reverenciar o devido respeito e apreço, à todas mulheres.
(fim do fim, até que enfim)
E tudo ia e caminhava como tinha em 'Cristinas' de ser...
Cristina era o conceito mais absoluto daquele reino. Não havia o que se pensar por outro ângulo, por outra ótica. Só Cristinas, pelo óbvio (e até pelo ópio), pelo certo, pelo errado, pelo claro, pelo escuro, pelo sim e pelo não. Cristinas indo e vindo, na reta, subida e descida, Cristinas no sentido direto, Cristinas na contramão.
Direitas, esquerdas. De cima e embaixo, Cristinas por todo e qualquer canto, cacho, riacho, diacho, esculacho... Haja Cristinas por tanto ser, ter, querer e viver.
Até que um dia, ao entoado brilho conjunto do 'Sol' & da 'Lua' (os astros universais abençoavam aquele reino numa eclípse astral), em determinado momento de mudança, veio então a tempestade dos céus: chuva torrencial, trovoadas, ventania, raios que iluminavam todo o Reino de Cristina de maneira límpida e cristalina (de novo), tremor em todo o Reino.... A fúria e a mística da natureza diziam-se vivas naquele momento.
E depois da tempestade, viu-se decorrente de um notável fato rapidamente espalhado pelo noticiário, um tumulto em geral. Parte da sociedade Cristina gritava empolgada pelo espírito do novo. Pela quebra de paradigma. Pela abertura de um novo viés, por algo a ser feito que viesse a mudar o Reino de modo emblemático. Muitas Cristinas aplaudiam o feito (o fato)... felizes e satisfeitas. Riam a torto e a direito pela revolução. Gozavam aleluias de um futuro então promissor. Aspiravam, pois, esperanças. Cristinas, como tais, e assim são, eram espécies do bem... Sabiam pois, que a verdadeira riqueza de uma sociedade está contida na pluralidade e diversidade...
Doutro lado o quebra-quebra e vandalismo por Cristinas revoltadas, nervosas, iradas e aglutinadas numa expressão raivosa de contrariar sem mesmo saber o motivo real de tanta inglória. Havia um fenômeno chamado 'Ira Cristina'. Os sete pecados capitais pras tais Cristinas eram apenas contos de fadas. O furor diabólico, maléfico, rancoroso e maquiavélico dessas Cristinas não tinham razão nas suas próprias emoções. Mas eram assim: Cristinas como espécies do mal. Gritavam histericamente, coisa e tal. Entoavam pois, que não podia haver mudança e que a tradição histórica e permanente é que gera solidez pra toda gente...
Era pois em fato, uma dualidade de posições tal qual uma guerra social de Cristinas X Cristinas (parafraseando Kramer X Kramer). Haviam posturas comedidas, tolerantes e compreensivas (Cristinas sensatas - as felizes). Haviam posturas criminosas, intolerantes e agressivas (Cristinas ingratas - as irosas).
As filósofas Cristinas diziam que tudo não passava de ser o reflexo daquilo que todos somos em si e em sociedade: a dualidade entre o bem & o mal.
E o tal feito (fato) depois da tempestade que causara tamanha combustão social entre 'prós & contras', 'amor & ódio', 'bem & mal', 'o certo & o incerto', 'o novo & o velho', 'mudança & tradiação' - tudo ao cotidiano-contexto entre Cristinas, no Reino, reluzia na maternidade do centro da cidade, de mesmo nome da Praça em que se localizava: 'Santa Cristina'.
Pós parto comum, aquela Cristina-mulher, já passada do seu cinquentenário (50 anos de vida - marcas no corpo, na mente e na alma), sem muita fé do futuro e vivendo um presente precipitado e inesperado, tivera dado a luz. Paria a pura menina, cujo pai de nome 'Dilson Natal' - homem desavisado, meio que desenganado e fora de si - absorto do fato, 'Cândido' em seu silêncio e talvez influenciado por seus palpiteiros amigos de bar, de futebol e costumeiros frequentadores do bordéu acima descrito (Elie Filho e Jacó Mathias), batizou-a naquele mesmo momento do nascedouro: de 'Maria'...
Alheia a todo desconforto social e sem saber que era a pivô da celeuma daquele Reino, 'Maria' (a menina-bebê, 'Augusta' ao conceito) depois do choro da vida e sendo símbolo de renovação, dormia de olhinhos fechados. Ao mesmo tempo em que instintivamente mas já com fome, sugava com delicadeza o inesgotável peito de sua mãe. Mamava o seu sustento, acalentada pelo calor-carinho-conforto do seio materno, de sua mãe-mulher-Cristina, que entre sonhos de fantasia (entre dor, lágrimas, sonhos e frustrações, alegria e ironia) cantava-lhe baixinho uma cantiga de ninar, e simplesmente (cristinamente) sorria.
Ao resumo tresloucado e (i)lógico do conto (ainda que assim se pareça): Cristina-mulher, sem roteiro, meio que farta da vida, paria a pura-menina-Maria ('Augusta', repita-se, com longo roteiro à frente). O nascimento ao contexto do reino, sorrateiro, era simbologia d'uma alforria.
Doravante, por liberdade, todas mulheres seriam um pouco de si (entre todas), 'Maria'. Cada qual com seu nome, seu jeito e seu respeito.
(fim)
ps: ao interessante feito de mudança social e pela luz do acontecido, Crys-Bombom (a dona do meretrício), arrependera-se na vida. Caiu de joelhos, orou, pediu perdão, e largou o bordél. Tornou-se o protótipo de mulher correta (mas não santa), passando a ser coaching de auto-ajuda e motivação em carreira, focando principalmente o conceito chinês de que 'toda crise é sinônimo de oportunidade'. Por princípios esotéricos e simplicidade, mudou a letra do seu nome, sendo pois, 'Cris' (eliminou o 'y'). Tornou-se conhecida, famosa, referência profissional, e viajou o país dando palestras. Ficou muito bem de vida e gostava de filosofar sobre o mundo contemporâneo perambulando pela sua cidade, que dizia ser maravilhosa. Casou-se com um deputado muito honesto e zeloso ('Dr. Jô Pessanha'), que laborava seus esforços com muita lisura, sempre aos anseios do interesse público e social. Era um homem de bem, embora não religioso. Carioca da Gema, embora fosse simpático torcedor do Santos Futebol Clube (alvinegro-praiano da Vila Belmiro, doutro Reino próximo ao Reino de Cristina. Cris (antes 'Crys') mudou da água pro vinho (gostava do tinto), e embuída de um espírito nobre até criou uma ONG-social de apoio às mulheres carentes e abandonadas nas ruas. Exercia na ONG uma intensa atuação e dedicação pessoal. Ah, sendo também fã da banda metal-portuguesa 'Moosnpell', teve uma ideia 'Agridoce': entitulou a ONG de 'Serpente Angel'. Explicava à todos, por princípio, que no veneno há o antídoto. E que todos somos um anjo de luz, dependendo de nossas escolhas pessoais. Enfim, uma mulher de força, perspicácia e de fibra...
Já a outra Cris-Bombom (a pura ao extremo), abrira seus olhos. Percebeu que o seu corpo é um templo divino e que a vida é uma só. O lado de lá é expectativa (ilusão), o lado de cá é realidade (sensação). Teve noção de que viver no 'meio' é mais equilíbrado do que viver no 'extremos'. Verteu-se ao mundo do novo, prazeres, sabores concretos e gozos (carne & melado, sal & açúcar). Gostou de viver a liberdade e de saborear diversos pratos à mesa (isso não lhe fazia mal). Porisso mesmo optou por ser solteira e não ter nenhum vínculo conjugal, embora gostasse muito de curtir o amigo 'Camilo Cabral' - ex-religioso de tudo, hoje ateu. E assim ao frescor do vento largou o convento. Enfrentou o seu medo. Más linguas diziam que ela trocou de letra ao conceito (r/t), mas o fato é que trocou a letra do nome ('i' por 'y') por noções de marketing pessoal: optou por ser 'Crys' - mulher renovada - e ao lema de que 'o paraíso é aqui' à ironia da vida, foi ser plenamente feliz. Também mudou da água pro vinho (gostava do branco). Ah, aprendeu novas línguas e o que podia fazer com sua língua. Passou a ter um guarda-roupas complexo e variado, cheio de roupas novas. Tornou-se escritora profissional. Dizia que ao se olhar no espelho se via ao conceito-lema de ser como 'Uma Mulher, Um Poema'. Lançou sua biografia: um best-seller vendido no mundo inteiro (o título: 'La Dolce Vita'). Na sua generosidade à vida (à reverência de 'A Vida é Bela' - Roberto Benigni), em absoluto anonimato por 'Norma' e sem querer ser 'Aparecida' (não queria fazer propaganda disso), contribuia mensalmente com uma gorda e relevante quantia à uma ONG-social de apoio às mulheres carentes e abandonadas nas ruas, cujo nome denota que a vida se equilibra entre o 'profano e o divino' (referência entre um anjo e uma serpente). Enfim, uma mulher sapiente, resiliente e de respeito...
Ah, e o brilho do Sol (de dia, que aquece) e da Lua (de noite, que apetece) continuam brilhando plenos, naquele Reino, que doravante passou a reverenciar o devido respeito e apreço, à todas mulheres.
(fim do fim, até que enfim)
Maria, Maria (Milton Nascimento)
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta
Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania de ter fé na vida…
Aqui a música incidental não será a do Milton (com respeito).
Opto por 'The Logical Song', Supertramp.
Simplesmente demais... e que também nos traz reflexões.
https://www.youtube.com/watch?v=aiM_KW4RHek
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta
Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania de ter fé na vida…
Aqui a música incidental não será a do Milton (com respeito).
Opto por 'The Logical Song', Supertramp.
Simplesmente demais... e que também nos traz reflexões.
https://www.youtube.com/watch?v=aiM_KW4RHek
Obs final: Ah, ao conto e no meu canto, faço em sutis referências dedicatórias à poetas e poetisas deste Recanto. Faço também referência aos dois grandes clubes de futebol que conheço (rs), localizados um pouco perto do Reino de Cristina. Brincadeiras a parte, 'que a gratidão sempre impere no meu coração'. 'Escrever é algo incrível'!