UNIDADE ARTÍSTICA EM "NOVOS CONTOS DA MONTANHA" - FINAL

MENSAGEM (GREIMAS) - isotopia: um peso e uma medida, ou mesmo peso, mesma medida - conjunto redundante de categorias semânticas que torna possível uma leitura uniforme de narrativas-contos (plural sendo que não 22 contos, mas um só conto uniforme em todo o livro - leitura única , ainda que com duas fontes de interpretação, dois planos: 1-plano discursivo - no conjunto indivíduo X coletividade, apuramos o herói, separando-o do grupo e ele se mostra como o mediador personalizado entre "situação antes / situação depois" (armadura) - é a análise dos signos - herói/comportamento, seu estado, em que resultam herói e comunidade --- 2-plano estrutural - análise de semas - herói/acontecimento, sua significação, como agem herói e comunidade.

MITO - imbricação do plano discursivo e plano estrutural (imbricação que por sua vez se abre em duplo sentido).

MIGUEL TORGA - linha mítico-primitiva de enraizamento da terra -- quatro linhas fundamentais: a terra e a vida; o conflito dos códigos (natural X antinatural, legal X ilegal etc.); a iluminação divina e a divinização do humano; a palavra desencadeadora de ação (tipos de discurso, frases etc.) --- contos de TORGA em estrutura rígida e tradicional: quase raras variantes, incontáveis invariantes --- cosmorama que amplia e nos mostra dupla interpretação do mito:

1-denotativa - semiologia, sinal (GREIMAS) - homem/natureza em Trás-os-Monte

2-conotativa - semântica, trasladação das palavras (GREIMAS)

2-a - o autor em prefácios - "fome. ignorância, desespero, miséria, luta tragédia milenar, angústia, dor, humilhação, vergonha, prisão, sofrimento, purgatório humano",

mas também

2-b - comunidade deixa ver - compreensão, amor, fraternalismo, humanismo, comunhão de intenções, coletividade, gregarismo no "painel tosco da MONTANHA, "que ninguém sabe ao certo a que reino pertence", pois que é o fim da terra, começo do céu, "universo mágico privilegiado" (DUFRENNE).

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BIBLIOGRAFIA:

NOVOS CONTOS DA MONTANHA, DE MIGUEL TORGA

"Análise estrutural da narrativa", diversos autores -- "Estruturalismo e teoria da linguagem", de Milton José Pinto -- "Miguel Torga, a obra e o homem", de José de Melo -- Mônica Rector Toledo, Rio, Col. Cadernos da PUC n.9, maio/1973.

FONTE:

Um velho caderno didático, abrigado na carcaça embrutecida de um tonel (vazioo!) de vinho do Alentejo.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 16/05/2020
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