A Analogia bíblica de um vírus
Recentemente em uma conversa apontei as sutis mudanças que um vírus trouxe ao mundo inteiro fazendo uma ressalva sobre o quanto algo “invisível ao olho nu” pode modificar toda a existência. Em resposta ouvi a observação de que a bíblia já previa tal acontecimento no livro de “apocalipse”.
Obviamente quem me conhece sabe que não sou uma pessoa de inclinação religiosa, contudo, o estudo da bíblia e do divino fez parte de minha infância e pré adolescência, o que decerto moldou minha formação e tornou uma das características da minha personalidade a menção e comparação de trechos bíblicos aos fatos da vida cotidiana.
Revendo minhas falhas memórias do livro de apocalipse- pois este nunca foi o livro da bíblia ao qual tive predileção- não localizei acontecimentos e trechos aos quais pude associar a pandemia atual. Porém amante das comparações que sou, não pude evitar fazer analogia dos trechos de Judas e Pôncio Pilato pertencentes aos outros livros, com as formas de contágio do vírus.
Viagem causada pelo ócio em razão da quarentena ou não, mal comparei o cidadão que ainda se recusa ao isolamento social com Judas Escariotes. Pois, se na história bíblica o beijo de Judas não simbolizou o amor, mas a traição, a realidade não é muito diferente.
Pois o amigo que insiste no contato, embora desconheça as conseqüências, pode ser aquele que indicará alguém a morte.
E, ainda, “lavar as mãos” não apenas um ato de prevenção ao vírus, também é uma expressão famosa e significa a isenção de culpa ou prejuízo por sua responsabilidade.
Sabe-se que após o julgamento de Jesus, Pôncio Pilatos antes de condená-lo à morte, lavou as mãos e afirmou que a culpa decorrente deste ato recairia sobre a população. Diante do quadro que o mundo se encontra neste momento, lavar as mãos, ainda pode significar a diferença entre vida e morte.