A FLOR DE ANAHÍ - Lia de Sá Leitão - 08/5/2020
A FLOR DE ANAHÍ
As nossas lendas contam a nossa História, temos no entanto, que respeitar e dar continuidade à cultura dos povos indígenas pois mesmo no castigo ou na morte tudo se transforma em um alimento, remédio ou em flores. Assim é a História que vou te contar Dra. Psicóloga do meu coração. Escrevi essa releitura de Anahí para você se lembrar que mesmo diante de qualquer dificuldade haverá um caminho, mesmo diante do obstáculo de vida ou morte haverá transformação e liberdade. Um beijo Grande de quão te respeita e ama muito.
Anahí era uma índia amazonense tupi-guarani não tinha a formosa nem a beleza das mais belas e desejadas índias da tribo, mas Tupã deu a ela uma voz inigualável todos os dias ao cair da tarde e o sol se despedia da Terra Anahí sentava-se na margem do igarapé que cortava a aldeia e entoava os cânticos mais belos das gentes ancestrais. Cada canção falava das vitórias e conquistas dos guerreiros das tabas dos homens, outras narravam os amores de sua gente pela mãe Terra e outras de louvores aos Deuses que agraciavam as suas gentes com tudo de maravilhoso.
Um dia o homem branco chegou e aprisionou todos da aldeia e levou prisioneiros para se tornarem escravos. Anahí não se conformava com aquela situação e tentou várias fugas até que enfim conseguiu sair do cativeiro com adultos e crianças. Um sentinela branco viu o alvoroço e tentou segurá-la e Anahí entra em luta corporal com o homem, consegue tomar a garrucha e mata o homem o que desperta todos os outros do bando de invasores que dormiam. O corre corre, aqueles homens afeitos na guerrilha de mata fechada fecharam o cerco e a dominaram. Levaram a mocinha ao chefe que fez um julgamento sumário decretando a sua morte atada numa fogueira de um arbusto com galhos e folhas secas para queimar rápido, enquanto os seus carrascos ateavam fogo ela cantava as canções de bravura de sua gente e louvava os seus deuses. As chamas ardiam e no meio do fogo Anahí transforma-se em flor da cor de um rubi e o fogo apagou-se de imediato quando aquelas flores foram desabrochando naquele tronco no formato de uma cascatas brasis, aterrorizados com o milagre em plena mata sem lei, rei ou Deus, tomaram aquela cena como um aviso e soltaram todos da tribo deixando-os libertos.
Hoje, todos os tupi-guaranis rendem graças e festa a Anahí e consagraram-na com poderes de fertilidade, vida que sobrevive às adversidades e a beleza que não possuía transformou-se em a flor que dá a vida liberdade.