EBÓ SUIÇO OU...SÓ ISSO?

Muita gente de comportamentos diversificados e a maioria se divertindo com brincadeiras sádicas, perversas, embora em ambiente religioso. Deuses ultrajados.

Os dois rapazes passaram na porta da ótica a caminho de um biscate de faxina em rua próxima e foram advertidos que ELA talvez nem estivesse mais no mundo dos vivos. Quem os avisou? Colega de muitas intempéries tempestuosas que - empreguinho pobre! - apenas distribuía publicidade da ótica a casuais passantes na porta da loja. Esqueceu que ELA nunca participava de injúrias e fofocas e... como vítima, seria um estouro único, jamais esquecido.

Em casa, dançando ao som de um radinho de pilha, espantou-se com a notícia mentirosa de que o pai-de-santo fizera um ebó (ritual de candomblé com várias finalidades, este seria para saúde), porém a doença era fatal. Quem inventara? Um imbecil nada esperto - denunciado intimamente como contista (???) frustrado, narrativa/ortografia zero. Em dias o cara viajou para longe do Brasil, temporada de muita juventude imaginando retorno feliz: "bolsos-e-bolsas" com muitas finanças... Verdade ruim, mas todos fingiam ignorar muitos decorrentes assassinatos de brasileiros-brasileiras nos atalhos da pseudo sedução amorosa. Baixa escolaridade, mal falando a língua portuguesa, não gostando de trabalho pesado, a moça sentenciou: prostituição masculina. De tempos em tempos, ele reaparecia com a versão de ter ido fazer ebó num (pronunciava assim...) "milhonário" /conhecera tal estrangeiro onde, no Rio de Janeiro?/ e voltava de bolso sempre magro. Ora, usar o nome de ebó?! Não é reza para intervalo de poucos meses - fazer um e ter fé. Junto ao verdadeiro babalorixá, sempre se recusou a aprender e participar, como poderia de repente, do nada, exercer sozinho rezas e bênçãos? Ninguém acreditava. Inventou uma segunda versão: comprar eletrodomésticos na Europa, "...tudo mais barato..." - para revender... mas nunca ninguém vira tais aparelhos. Sentiam a realidade, mas não ousavam comentar.

Ao final de dez anos, ELA o encontrou por acaso. Ouviu horrores (nenhum palavrão)! Justificou-se com mentiras, que talvez outra pessoa, "muito parecida de rosto", tenha falado com eles e... Na porta da loja? Se desconhecido, como teria se dirigido aos rapazes?

Ironicamente, leitora invejada de MACHADO DE ASSIS, ELA desejou "feliz idade na profissão escolhida".

Claro que o idiota sorriu sem entender.

Bom, há alguns anos desaparecido. Estará ainda no mundo dos vivos?

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 26/04/2020
Reeditado em 26/04/2020
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