O melhor lugar do mundo
O melhor lugar que frequentei tinha um espaço reservado para mim. Um espaço aconchegante, com conhecimentos diferentes à minha disposição e uma educação sensorial, que estimulava meus sentidos. Eu aprendia pelo ouvir, pelo tocar, pelo sentir, pelo degustar. Era um lugar que me permitia experimentar o mundo ao meu redor e me deixava a vontade como uma criança ainda não educada.
O melhor lugar que frequentei foi um espaço difícil de conquistar. Era de difícil acesso, tive que enfrentar uma verdadeira selva pra entrar. Por incrível que pareça, ao entrar tive a surpresa de ver que o casarão que parecia mal assombrado por fora era um verdadeiro chalé colonial por dentro, como aqueles que hoje enfeitam as ruas da antiga Ponta do Mel.
Nele me aconcheguei e cuidei para que tudo não desmoronasse. E quando cuidava dele, quando arrumava sua bagunça, uma parte das minhas 1500 confusões também se arrumava. O lugar e eu estávamos em tal conexão que não sabia mais se eu refletia ele ou ele me refletia.
O melhor lugar que já frequentei não era um lugar. Era uma pessoa. A pessoa com o abraço mais aconchegante do meu mundo.