Raro Instinto.
Homenagear a vida era o seu intuito, como se a atualidade não tivesse tempo para outros encontros. Momentaneamente o espaço físico ficou pequeno, mesmo diante da imensa rodovia que percorria todos os dias a caminho da universidade onde lecionava. Ouvia uma música após outra e não se posicionava como lhe era devido em seus sonhos, em seus poemas e em seus amores.
Nada cobrava da vida, esse era um dos seus erros, certamente, o mais contundente que lhe cortava a carne, uma vez que, os pensamentos há muito estavam acostumados ao silêncio. Possuía traços especiais, edificantes de uma personalidade magnífica, a qual assumia os desacertos não só dos familiares, como também, da pessoa amada. Outro contratempo, que insistia em manter.
Sol encoberto, dentro do peito um grito sem nexo, procurando liberdade e apossado de total realidade. Antes de quaisquer decisões, passar na biblioteca, munir-se da completa obra de Fernando Pessoa, isolando-se da chuva que está porvir.
A modernidade nunca foi seu forte, Leica não esquecera de sorrir, mas não encontrava ânimo, nem pretendia continuar vivendo o que espontaneamente, o amor a desobrigava.