ROUBO (disfarçado) OU "...O VENTO LEVOU?" - PARTE IV
5---Ver Parte II, ítem 2, agora continuação. - Destino de objetos sequestrados. Sim, chaves de venda devolvidas, arrumadas no mesmo lugar, despensa anexa à cozinha, uma espécie de bandejão, metal gradeado, junto a outros objetos de uso esporádico, daí minha AMIGA não perceber imediatamente qualquer ausência. Ora, o tal cidadão afastado... sem possibilidade de ser um Mandrake do passado, hipnotizador. Aí, uma das chavezinhas 'ausente'. Não existe a teoria afirmativa de "não-foi-ninguém" o autor do delito, transgressão de norma. Não ridículo preconceito ministerial (leitor por certo em recente censura nacional-universal...) contra a eterna sacrificada empregada doméstica, porém há casos em que foi a única presença humana no local da violação. Testou a faxineira ocasional, que uma das chaves desaparecera etc. etc. etc. Mostrar mel a urso (ou lambão lendário?) é flecha certeira - imediatamente na outra manhã, cadê a segunda chave??? É preciso inteligência até para o momento de roubar. Ato não filmado, fica somente a... certeza "incerta". Curta temporada tranquila. Tempos depois, ELA comprara dupla de panos de prato, não 'gêmeos' perfeitos, porém ambos com desenhos de refeição matinal. Um deles, novinho, de repente "já era" (fácil esconder sob camiseta ou doar a uma sócia)... Deboche da colaboradora entre risos: "Sumiu!" Muito grande para cair por descuido na sacola de lixo. Nunca mais chamada para serviço algum. Leitor agiria como, sabendo muitas necessidades materiais em casa da garota? Ajudar é uma coisa, ser idiota não! Mais decente e nada humilhante pedir.........
6---Estória contemporânea com a Parte III. - Cinco mulheres frequentadoras do mesmo ambiente, usuárias burras (ih, ofendi o animal!) da mesma linguagem. Não exatamente intimíssimas em amizade, mas reunidas em molecagem - aprender molecagens, dizem, é aula fácil. Cada uma por si, isoladamente, capacidade zero. Minha AMIGA nem precisaria ir ao banco ou à loja de eletrodomésticos, assinaria papéis em casa, cedido o cartão de crédito para......... Imbecis indecisas - ora altíssimo empréstimo bancário, definição indeterminada, que as vagabundas não restituiriam nunca, ora gaguejante mentira de uma compra, sem citar a real necessidade da casa. E por que não em nome das próprias?! Mesmíssimos procedimentos, gestos nervosos, palavras iguais, nunca olho no olho... Só corpos estrebuchantes e bocas falantes em revezamento, tudo repetido igualzinho. Negava para uma, logo vinha a outra pilantra. Idades variadas, entre 80 e 40, havia mãe-filha, duas irmãs, uma quinta independente. A nada ingênua - longe de Alzheimer ou auxílio-família ou PIS-PASEP - escutava, negava, no mínimo só usa cartão bancário na função débito, geralmente em supermercado. Cansada de aturar, ensinou à última trapaceira que deveriam comprar um dicionário (ideal cursarem Letras) ou pesquisar sinonímias e estruturas frasais na Internet. "Quadrilha (ih, ELA ofendeu alguém?!), baixa instrução!" Desistiram.
7---Ah, tem a estória dos biscoitos. (Estou repetindo?) Os de amido de milho dentro de um pote fechado sobre armário de parede, os quadradões salgados, ainda embalados, num vasilhame aberto, estoques lado a lado. ELA recebera as compras, abriu as embalagens de diferentes sabores, 3 + 3. Assumida Geminiana que não conclui nenhuma tarefa, deixou os 6 pacotinhos sobre a pia da cozinha. Num outro dia, a perder de vista o dia da semana, 2 de "maizena" (não se pode mais falar/escrever a marca comercial?) e 4 de água-sal. Na atualidade, só dois "cavalheiros" do ambiente entram na casa - trazer sacolas pesadas, trocar lâmpadas sem escada, abrir as portas superiores do armário do quarto......... É costume ganharem biscoitos sem pedir. Negaram. Bronca pesada sem xingamento. Ah, o moleque deve ter sido um anjo invisível ou um distante paulista sorocabano, carentinho de gentileza feminina...
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NOTA DO AUTOR:
MANDRAKE - Banda desenhada em 11/junho/1934, portanto criação em tempo Geminiano, autor roteirista LEE FALK, depois desenhista continuador PHIL DAVIES (1906/1964), ambos publicitários; mais tarde, o versátil artista FRED FREDERICK. Tiras diárias de aventuras em jornais norte-americanos, logo populares no mundo inteiro; no Brasil, 1935, no extinto Suplemento Juvemil. Protagonista mágico, fraque e cartola, não exatamente habilidades sobrenaturais e sim hipnotizador e ilusionista em coletividade: combatia crimes. Ásia e África, locações tomadas como exóticas (preconceito americano e europeu das décadas 30, antes da II GM, e 40 - ainda farto colonialismo ou 'protecionismo' (???)... muitíssimo longe ainda de independência política) e residência em cidade não identificada nos States, quando ele viajava. MANDRAKE, o "cérebro", não sozinho: ajudante LOTHAR, os "músculos", africano, origem nobre, grande força física, primeiro personagem negro se destacando em HQ. --- Politicamente incorreto nos dias de hoje.
F I M