1138-ISCAS DE CASCAVEL - História de turista

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SÉRIE

INFINITAS HISTÓRIAS

ISCAS

DE

CASCAVEL

ANTONIO ROQUE GOBBO

CONTO # 1138

ISCAS DE CASCAVEL

Depois de viajar de carro quase duzentas milhas, vindo do Grande Canyon e indo para Tucson, chegamos a Sedona, pequenina cidade situada no centro do estado do Arizona, que fica a sudoeste dos Estados Unidos.

Éramos três: eu, minha esposa e Miriam, em cuja casa estávamos hospedados.

Rodando pela pequena cidade, ficamos logo encantados pela beleza do lugar. Uma placa indicava o numero de habitantes da cidade: 5.513.

— Vamos dar uma volta por aí, disse Enny.

A cidadezinha fica no fundo de um canyon, rodeada por formações de arenito vermelho e amarelo, que se erguiam como mãos, dedos ou flechas para o céu. Outras formações se pareciam com as mesas características do deserto de Utah.

— Porque não paramos no Tourists Information e pegamos alguns folders e informações sobre os lugares mais interessante de serem visitados?

— Ótima Ideia. — E logo encontramos o escritório de informações para turistas.

Recebemos muitos folders e comprei um pequeno livro de fotos, com algumas explicações sobre a cidade e a região.

Sedona é rodeada por formações de arenito, que têm nomes de acordo com as formas que lembram: Cathedral, Coffepot (Bule de Café), Five fingers (Cinco Dedos), Bell Rock (Pedra ou Rocha do Sino).

Cathedral Rock É uma grande formação de rocha vermelha, na qual está incrustada uma Igreja cuja fachada é inteiramente de vidro, em forma de um retângulo, cortado por uma cruz de aço. A visão que se tem de lá, de um vale com muitas árvores e construções, é impressionante.

O Padroeiro da Igreja é o São João Batista Vianney, o Santo Cura Dar’s, que é também o padroeiro da paróquia de seu nome, no Bairro Prado, Belo Horizonte, cuja Basílica eu e minha esposa frequentamos. Foi uma surpreendente coincidência que eu e Enny achamos muito interessante.

Outra surpresa: ao visitarmos Oak Creek (Córrego ou riacho do Carvalho), pude constatar in loco a beleza do panorama que eu já havia reproduzido em tela a óleo que está na sala de minha casa.

Subimos até uma pequena e rara extensão plana onde está o Overlock Airport, o pequeno aeroporto de Sedona. Do mirante, vê-se a cidade inteira, panorama lindo.

Outra surpresa: ao visitarmos Oak Creek (Córrego ou riacho do Carvalho), pude constatar in loco a beleza do panorama que eu já havia reproduzido em tela a óleo que está na sala de minha casa.

Saindo do Mirante, fomos a pé, por uma trilha, ao local chamado Vórtice do Aeroporto, um local cheio de mistério.

Aqui, tenho de falar dos vórtices, que são como que funis de energia gerada pela movimentação de água, ar, vento ou terra. Em Sedona, onde há quatro vórtices, é a força e as formas da superfície da terra que geram os vórtices. São conhecido também como Chacras da Terra, da mesma forma que temos os chacras no nosso corpo.

O local é muito bonito, rodeado por árvores, fresco e repousante. Pode-se sentir que há algo diferente no ar, talvez uma força magnética e tive uma sensação de profundo bem estar.

O folheto explica mais sobre os tais vórtices: porque em Sedona existem quatro vórtices, á cidade é considerada um vórtice. Acredita-se que Sedona seja mesmo um dos grandes centros de energia do mundo, como são outros locais espalhados pelo mundo: as pirâmides do Egito, Stonehenge, Macho Pichu, entre outros.

Devido a isto, Sedona é muito visitada por pessoas místicas e pelos aderentes à New Age, que, dizem, encontram uma renovação espiritual ao visitarem tais locais.

Quando demos por encerrado nosso tour pelos locais pitorescos, religiosos e mágicos, era por volta das duas da tarde, já havia bom tempo que havíamos feito um lanche e desejava almoçar em restaurante de verdade, já farto de comer sanduiches, tacos, burritos e outros tantos fast foods de beira de estrada.

Voltamos ao centro da cidade, pitorescamente chamado de.

Tlaquepaque, construído em estilo de vilas mexicanas, onde estão lojinhas de artesanato, pátios com cafés e restaurante e uma galeria de arte.

Encontramos um restaurante mexicano, em cuja porta estava afixado um aviso:

ISCAS DE CASCABELES

Não sou epicurista nem turista gastronômico, mas gosto de experimentar novas “iguarias”; por isso, comentei com Enny:

— Oba, hoje vou experimentar carne de cascavel.

Ela me oulhou com um olhar de repulsa e nojo e disse francamente o que lhe veio à cabeça:

— Credo amor! Que coisa exquisita.

E como eu insistisse na ideia, ela me alou, antes mesmo de nos assentarmos à mesa:

— Pois se você insiste, saiba que hoje à noite não durmo com você!

Apesar de toda a beleza e misticismo de Sedona, ainda não foi daquela vez que experimentei a carne de cascavel.

ANTONIO ROQUE GOBBO

Belo Horizonte, 10 de dezembro de 2019

Conto # 1138 da Série INFINITAS HISTÓRIAS

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 12/02/2020
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