A Alegria.

A Alegria

Junto com a prima Vera, veio também a Alegria.

As duas andavam felizes, mas a Alegria contagiava a todos.

Carnaval? Não...simplesmente a alegria de viver.

A Alegria colocava-se em destaque provocando a alegria dos presentes.

Olhos verdes,não muito alta. Achava que a altura atrapalharia seu visual.

Gostava de ser vista pelos maiores, mas também pelos pequenos.

Olhos vibrantes, cada olhar , um desmonte, não havia que a encarasse sem sorrir.

Andar desajeitado, nem muito sério, nem tampouco escandaloso,

Um leve rebolado, não para chamar a atenção, mas para dizer que a alegria deve ser solta,

Destituída de trancas e marras. Mas sem exageros. Senão vira falsidade.

Um respirar e um modo de falar alegre, sorridente, delicado, mas não doce o bastante para ofender, nem todos precisam de sorrisos, às vezes apenas de companhia, uma palavra de amizade.

Cabelos, soltos. Isso a Alegria exigiu. Nada que a impeça de sentir o vento, eram como suspiros de alegria pela sua passagem.

Queria poder chegar em cada coração, mas mesmo ela não conseguia, a Alegria nem sempre é bem vinda, há pessoas que preferem a amargura, o mal querer, a tristeza. Cultivam este sentimento como se eu não existisse. Fico ali a espiar, aguardo meu momento como aguardam os palhaços para entrarem no palco e fazer o seu show.

Sérgio Ricardo de Carvalho
Enviado por Sérgio Ricardo de Carvalho em 23/01/2020
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