A CONSELHEIRA SENTIMENTAL - PARTE II

Não se pode citar PAQUETÁ sem descrever PAQUETÁ. Acesso por

serviço de barcas que saem da Praça XV, centro da cidade, na intimidade apenas Rio.

Em plena baía de Guanabara, a ilha de PAQUETÁ já era conhecida

pelos portugueses antes da fundação da cidade do Rio de Janeiro.

O primeiro nome da baía foi Niterói, que em tupi significa ‘água

escondida, oculta, a ser descoberta ou braço de mar’ – imensidão de água

salgada com abertura estreita para o mar, entre o Pão de Açúcar e a Fortaleza

de Santa Cruz. Muitas batalhas entre índios, portugueses e franceses pelo

domínio deste território de águas e arredores. Os franceses ali aportaram em

1555 para instalar um núcleo colonial, a França Antártica, e na luta contra

os portugueses conseguiram o apoio de tribos indígenas escravizadas por

Portugal, porém foram derrotados por Mem de Sá e seu sobrinho (nepotismo da

época?) Estácio de Sá em 1567. Segundo os escritos do padre José de

Anchieta, eram constantes as visitas de baleias às águas da baía.

Com um espaço de 1 096 100 metros quadrados, a ilha de PAQUETÁ é

uma ‘cidadezinha’ com cerca de 2.000 habitantes, economia baseada no turismo.

Em 1698 foi erguida a Capela de São Roque e em 1810 instituída a paróquia de

Paquetá. A ilha costumava ser visitada por D. João VI, que sofria de uma

doença de pele e conseguia melhorar banhando-se nas águas do mar; em Paquetá

se hospedava no chamado Solar Del Rei, construção do final do século XVIII.

A casa de José Bonifácio, onde o estadista morou de 1829 a 1838, também pode

ser visitada. Há escola municipal, biblioteca pública, agência de correio,

cinema, grupo teatral, iate clube e um “campo santo” – eufemismo para a

palavra... pesquise, caro leitor... Primeira observação é que não há

veículos a motor, isto é, não circulam carros, exceção para a ambulância do

hospital estadual, e o meio de transporte é a bicicleta, sendo a charrete

recreação para turistas. Em PAQUETÁ, existe um baobá – árvore de origem

africana –, apelidado de Maria Gorda por causa do seu diâmetro avantajado, um

dos raros 20 exemplares no Brasil. Praias mais visitadas – José Bonifácio

(com pedalinhos e canoas), Comprida ou da Moreninha, da Imbuca e das

Gaivotas. Outras atrações, além das praias, são o Parque Darque de Matos, o

Morro da Cruz, o Morro das Pedreiras e a ilha de Lobos. Muitos restaurantes

e alguns hotéis na ilha.

FONTE: “A Guanabara de todos nós” – Revista NÓS DA ESCOLA, SME, Rio, ano 3,

n.35/2006.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 20/01/2020
Reeditado em 20/01/2020
Código do texto: T6846507
Classificação de conteúdo: seguro