PORQUE FUI SAIR DOS COLHÕES DO MEU PAI

Oi Minhoquinha, Minhoquinha tu não está bem hoje!

Pois não Minhoquinha?

Tua cara não nega.

Porque fui, eu, sair dos colhões do meu pai?

Ele foi coisar e eu como sou atrevida, fui na frente dos meus irmãos e aqui estou.

Hoje acordei tão distante, que não tenho a mínima ideia de como voltar para mim.

Não consigo e nem quero saber onde os meus pensamentos têm ido.

Minhoquinha, nós somos muitos sensíveis.

Eu fico imaginando o alimento do corpo.

É o pão.

E o alimento da nossa imaginação é o quê mesmo?

É coisar?

Isso é uma pergunta para mim, Minhoquinha? É que eu não sei responder!

É uma auto-pergunta.

O alimento da nossa imaginação, na verdade, é o nosso querer.

O querer, na verdade, é um sentimento que nos dá força.

Só que a força também enfraquece e nasce a fraqueza.

E como destruir a frequeza?

Não trocando o juízo com a fraqueza, Minhoquinha.

É verdade Minhoquinha.

Só que, Minhoquinha... ir é um caminho muito fácil. Qualquer um vai. O difícil da vida é voltar.

É mesmo Minhoquinha...

... se fosse pela minha inocência...

... a minha mãe continuava a limpar a minha preguiça.