Gaivotas e Carcarejos
As ondas que rebentavam na beira da praia, numa altura fantástica, faziam um estrondo e esparramavam espumas sobre a areia. O som das ondas era como nos dias de chuva com muitos trovões distantes.... Agradáveis e nada amedrontadores, permitiam silenciar qualquer outro barulho externo no momento e local em que observávamos o mar. O sol estava escondido por detrás das nuvens escuras, o ar suave e acalentador reconfortava nossas expectativas para aquela hora da manhã.
Chegamos de mansinho e arrumamos as cadeiras na beira da praia, sentamos e não conseguimos tirar os olhos das ondas gigantescas e fantásticas naquele momento. Nada mais era tão atraente e encantador! Poucas pessoas estavam por ali naquele momento, com exceção dos pescadores que já estavam recolhendo suas redes abarrotadas de peixes. Cantarolavam pela fabulosa pesca da madrugada. Felizes eles estavam pela produtiva pesca, tinham conseguido um valioso cardume de peixes.
De um momento para outro várias pessoas foram aparecendo e se aproximando para ajudar a arrastar a rede que os pescadores puxavam. Não sei de onde foi surgindo todo aquele povo. Não tínhamos percebido aquele movimento todo. Estávamos tão absortas com o barulho e o volume das águas, que não nos demos conta do que estava acontecendo pelos derredores.
Muito curiosas mudamos o foco da atenção e fomos participar do arrastão dos pescadores.
-Nossa! Que lindo, exclamamos! Quantas variedades de peixes?
Nunca tínhamos visto coisa igual. Os peixes ainda se debatiam loucos para fugirem da rede e voltarem para a água.
Todas as pessoas muito afoitas queriam saber de tudo, assim como nós: Como eram os nomes dos peixes, se cresciam mais, se tinham espinhos, se eram bons para comer, como se preparava aquele tipo de peixe.... E assim por diante...
Até que, num repente, uma senhora de meia idade, pele e cabelos claros, estatura mediana, olhos verdes, vestindo uma roupa de banho bem discreta, com um sotaque castelhano, falando bem alto e indignada com o arrastão, foi logo gritando, salvem os “carcarejos” ...
Era como ela pronunciava para dizer: “caranguejos”. E foi logo ensinando como pegá-los e devolvê-los para o mar para que eles não morressem por não estarem em seus habitats. Todos que estavam por ali se mobilizaram mais que depressa para ajudá-la. Nós, que observávamos, entramos mais que depressa no ritmo para salvar os caranguejos.
O tempo foi passando e as pessoas foram se dispersando os “carcarejos” todos salvos, menos aquele que a gaivota levou... E a mulher relatou para nós toda a sua história de vida e do lugar de onde provinha. Que, por assim dizer, muito interessante e promissor. Também revelou que há muito tempo protege e alimenta as aves e os caranguejos daquela praia. E, logo em seguida, foi embora.
Nós voltamos a nos sentar e continuamos focando a atenção para as ondas que continuavam arrebentando na beira da praia. Simplesmente barulhentas e lindas!
E neste devaneio, outro momento de distração para que desviássemos a nossa atenção. Falamos: “Que barulho é esse”? E, logo em seguida, muitas cabeças de peixes começaram a voar para beira da praia. Os pescadores estavam limpando os peixes e jogando as cabeças para “Elas”, as gaivotas.
Muitas, muitas gaivotas que foram surgindo e sobrevoando para alimentarem-se com os restos que os pescadores deixavam ao bel prazer das aves, que sobrevoavam para pegar o melhor das sobras com que os “outros”, certamente iriam deliciar-se.
Panorama encantador e verdadeiro. A cadeia alimentar dos seres, num processo de sustentabilidade, limpo e belo. Sem a agressividade para com a natureza. E o bom senso de pessoas com sua parcela de contribuição para com a preservação das espécies.
Produção: Miriam Carmignan
Chegamos de mansinho e arrumamos as cadeiras na beira da praia, sentamos e não conseguimos tirar os olhos das ondas gigantescas e fantásticas naquele momento. Nada mais era tão atraente e encantador! Poucas pessoas estavam por ali naquele momento, com exceção dos pescadores que já estavam recolhendo suas redes abarrotadas de peixes. Cantarolavam pela fabulosa pesca da madrugada. Felizes eles estavam pela produtiva pesca, tinham conseguido um valioso cardume de peixes.
De um momento para outro várias pessoas foram aparecendo e se aproximando para ajudar a arrastar a rede que os pescadores puxavam. Não sei de onde foi surgindo todo aquele povo. Não tínhamos percebido aquele movimento todo. Estávamos tão absortas com o barulho e o volume das águas, que não nos demos conta do que estava acontecendo pelos derredores.
Muito curiosas mudamos o foco da atenção e fomos participar do arrastão dos pescadores.
-Nossa! Que lindo, exclamamos! Quantas variedades de peixes?
Nunca tínhamos visto coisa igual. Os peixes ainda se debatiam loucos para fugirem da rede e voltarem para a água.
Todas as pessoas muito afoitas queriam saber de tudo, assim como nós: Como eram os nomes dos peixes, se cresciam mais, se tinham espinhos, se eram bons para comer, como se preparava aquele tipo de peixe.... E assim por diante...
Até que, num repente, uma senhora de meia idade, pele e cabelos claros, estatura mediana, olhos verdes, vestindo uma roupa de banho bem discreta, com um sotaque castelhano, falando bem alto e indignada com o arrastão, foi logo gritando, salvem os “carcarejos” ...
Era como ela pronunciava para dizer: “caranguejos”. E foi logo ensinando como pegá-los e devolvê-los para o mar para que eles não morressem por não estarem em seus habitats. Todos que estavam por ali se mobilizaram mais que depressa para ajudá-la. Nós, que observávamos, entramos mais que depressa no ritmo para salvar os caranguejos.
O tempo foi passando e as pessoas foram se dispersando os “carcarejos” todos salvos, menos aquele que a gaivota levou... E a mulher relatou para nós toda a sua história de vida e do lugar de onde provinha. Que, por assim dizer, muito interessante e promissor. Também revelou que há muito tempo protege e alimenta as aves e os caranguejos daquela praia. E, logo em seguida, foi embora.
Nós voltamos a nos sentar e continuamos focando a atenção para as ondas que continuavam arrebentando na beira da praia. Simplesmente barulhentas e lindas!
E neste devaneio, outro momento de distração para que desviássemos a nossa atenção. Falamos: “Que barulho é esse”? E, logo em seguida, muitas cabeças de peixes começaram a voar para beira da praia. Os pescadores estavam limpando os peixes e jogando as cabeças para “Elas”, as gaivotas.
Muitas, muitas gaivotas que foram surgindo e sobrevoando para alimentarem-se com os restos que os pescadores deixavam ao bel prazer das aves, que sobrevoavam para pegar o melhor das sobras com que os “outros”, certamente iriam deliciar-se.
Panorama encantador e verdadeiro. A cadeia alimentar dos seres, num processo de sustentabilidade, limpo e belo. Sem a agressividade para com a natureza. E o bom senso de pessoas com sua parcela de contribuição para com a preservação das espécies.
Produção: Miriam Carmignan