Refração do meu Eu, do meu Tu, do meu Nosso

Ariel gostava das cores e formas das flores; assim, tinha o gozo sem medida e o talento de desenhar ou esculpir da melhor maneira que podia captar das flores. Já Chris gostava dos perfumes das flores; assim, tinha a necessidade urgente e o talento de escrever ou cantar todas as sensações que poderia sentir das flores. E por certo tempo, Ariel se inclinava a brutalidade, e com isso, machucava quase todas flores que tocava para satisfazer suas vontades. E justo pela maneira vil que comportava com as flores, Chris se dava com tamanha irritação com Ariel.

Cris, portanto, passou a tecer críticas a cada vez mais pesadas a Ariel. E com muito custo e o poder do tempo, então, Ariel aprendeu a gostar mais dos perfumes das flores; e, consequentemente, sempre curioso em saber mais do objeto de adoração, aprendeu a manusear melhor as flores. Mas, Chris ainda não gostava como Ariel tivesse o gozo do toque e manifestação de sua arte referente às flores, ainda pegava no seu pé, e dizia que cada vez que Ariel criasse uma ilustração ou escultura, cada flor perdia a essência de seu perfume. Ariel achou estranho: pois, gostava do perfume, mas, não compreendia a totalidade do que Chris conhecia. Ariel não entendia desse efeito colateral, não imaginava que pudesse estar acontecendo, passou a questionar suas habilidades.

Mas ao conversar Sacha, que também amava os perfumes e as formas das flores, Ariel tranquilizou-se o espírito. Pois, Ariel recebeu a boa notícia que suas habilidades não alteravam as essências das flores. Sacha deu uma advertência a Ariel: “a honestidade do toque deve ser para sempre o benefício das flores. Jamais por uma agressão”. Ariel recolhe sua euforia e se coloca impotente com todos os receios que dispunha. Sacha completa: “Não tenha medo de agir! Preocupe-se que sua ousadia não seque e nem que transborde, e que sempre tenha o espaço para sabedoria no copo de sua ação”.

Ariel absorveu do conselho de Sacha; inundou-se naquilo que mais amava. Fez obras lindíssimas que jamais pôde imaginar. Chris, ao ver suas manifestações, transveste Ariel como a persona do pecado capital que vai de encontro mortal às santas flores; e com um timbre abarrotado de indignação, militarizou como a sentença sumária de um crime. Ariel, naquele instante, estava num definitivo julgamento. E a pena era o esbravejar para os quatro cantos do mundo a vergonha de Ariel. Ariel, todavia, com a calma que lhe era possível e a tranquilidade de seu novo espirito, diz para Chris:

_ Se um dia você entender como eu sou, e que às vezes nem eu mesmo me entendo, terá a minha eterna e obediente servidão.